NETZERO ATÉ 2050

Nestlé vai restaurar 8 mil hectares de café e cacau na Bahia e no Pará

Projeto em parceria com Re.green e Barry Callebaut vai recuperar áreas degradadas, gerar renda e remover 1,5 milhão de toneladas de carbono.

Nestlé vai restaurar 8 mil hectares de café e cacau na Bahia e no Pará

A Nestlé Brasil anunciou uma parceria estratégica com as empresas Re.green e Barry Callebaut para restaurar 8 mil hectares de áreas degradadas nas regiões produtoras de café e cacau na Bahia e no Pará. O projeto prevê o plantio e proteção de 11 milhões de árvores, com potencial para remover 1,5 milhão de toneladas de carbono da atmosfera ao longo de 30 anos.

Segundo Taissara Martins, head de Sustentabilidade da Nestlé Brasil, a iniciativa faz parte de um compromisso global de plantar 200 milhões de árvores até 2050. “Estamos investindo em espécies nativas para recuperar a biodiversidade e capturar carbono, ao mesmo tempo em que apoiamos a economia local”, afirmou.

Além do impacto ambiental, o projeto deve gerar empregos e renda para as comunidades rurais, reforçando o papel da bioeconomia na valorização de áreas preservadas.


Café e cacau como protagonistas da restauração

As regiões escolhidas têm relevância estratégica para a Nestlé. O Pará responde por quase metade da produção nacional de cacau, enquanto a Bahia é destaque no cultivo de café robusta (conilon) e também de cacau.

“O café e o cacau são ingredientes-chave para a Nestlé. Escolhemos áreas que são berço de produção e que merecem ter a biodiversidade restaurada”, explicou Taissara.

O modelo adotado combina florestas nativas com sistemas agroflorestais, integrando o cultivo do cacau à mata preservada. Essa abordagem busca não apenas recuperar o ambiente, mas também aumentar a rentabilidade do produtor rural.


Agrofloresta como motor de renda e conservação

No bioma Amazônia, a produção de cacau em sistemas agroflorestais se destaca por aliar conservação e produção sustentável. Taissara ressalta que, historicamente, o cacau cultivado em meio à floresta tinha baixa produtividade, mas as novas técnicas aplicadas podem mudar esse cenário.

“O objetivo é mostrar que a agrofloresta pode ser altamente produtiva e gerar renda de forma sustentável. Assim, conseguimos recuperar áreas degradadas e fortalecer a economia local”, disse.


Contribuição para o NetZero até 2050

A Nestlé já alcançou uma redução de 20% nas emissões de carbono até 2025, marco importante no caminho para se tornar NetZero em 2050. O projeto de restauração é considerado fundamental nessa meta.

“Capturar carbono da atmosfera é uma das maneiras mais eficientes de combater as mudanças climáticas, e ninguém faz isso melhor do que as florestas”, destacou a executiva.


Expansão para outras cadeias produtivas

Embora o foco inicial esteja no café e no cacau, a Nestlé pretende levar o modelo para outras culturas, como leite e cereais. “Essa é só a primeira etapa. Queremos ampliar a restauração e a adoção de práticas sustentáveis em mais cadeias produtivas”, concluiu Taissara Martins.

O projeto reforça como a integração entre produção agrícola e restauração ambiental pode gerar resultados positivos para o clima, a biodiversidade e as comunidades rurais.


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