Palavra de Especialista

O S do ESG no agro: entenda por que o Social é essencial para o desenvolvimento rural

O pilar social do ESG é essencial para o agro moderno, promovendo dignidade, inclusão e desenvolvimento nas comunidades do campo.

O S do ESG no agro: entenda por que o Social é essencial para o desenvolvimento rural

No quadro Palavra de Especialista dessa semana, nosso colunista Renato Rodrigues destaca a importância de dar visibilidade ao S do ESG no agro, colocando as pessoas no centro da estratégia de sustentabilidade do setor. Muito além de carbono, solo e floresta, a sustentabilidade também passa pelo cuidado com trabalhadores, comunidades e relações humanas no campo.

O agro é feito de gente: o que está por trás do pilar social

Durante o quadro exibido no programa Planeta Campo, Renato reforçou que o componente social do ESG é muitas vezes subestimado, mas tem papel central na construção de um agronegócio mais justo e duradouro.

“Quando o agro vai bem e a comunidade vai bem, todo mundo cresce junto”, afirma Renato.

Entre os temas destacados como parte do pacote social do ESG, estão:

  • Segurança no trabalho: condições dignas, equipamentos adequados e capacitação;
  • Respeito às leis trabalhistas: registro e pagamento justo aos trabalhadores;
  • Bem-estar animal: cuidado ético com os animais;
  • Relacionamento com comunidades locais: escuta ativa, diálogo e construção conjunta de soluções;
  • Responsabilidade social corporativa: investimentos em educação, saúde e infraestrutura;
  • Diversidade e inclusão: valorização de talentos independentemente de gênero, idade ou origem;
  • Direitos humanos e proteção de dados: respeito e transparência em tempos digitais.

Investimento e não custo: o impacto positivo do social no agro

Ainda há quem veja o S do ESG no agro como um custo adicional. No entanto, Renato defende que esse olhar está ultrapassado. Segundo ele, ações sociais são investimentos estratégicos de longo prazo, que geram:

  • Clima organizacional mais saudável;
  • Retenção de talentos;
  • Reputação positiva com consumidores e mercados internacionais;
  • Menor risco jurídico e reputacional;
  • Desenvolvimento territorial sustentável.

“Empresas e propriedades que cuidam das pessoas ao seu redor colhem mais do que produtividade: colhem confiança, reputação e estabilidade”, resume o especialista.

Exemplos práticos e a importância da comunicação

Renato também lembrou que muitos produtores já praticam o ESG, mesmo sem nomear assim. Cuidam bem das equipes, dos animais, apoiam projetos sociais e investem na comunidade local. O desafio, agora, é ampliar essas práticas e comunicar melhor essas ações, para mostrar ao mercado e à sociedade o papel transformador do agro.

Todos têm papel: grandes, médios e pequenos produtores

Por fim, o especialista reforça que a responsabilidade social não é exclusiva das grandes corporações. Pequenos e médios produtores também podem — e devem — olhar para o impacto que geram ao seu redor e construir relações mais humanas e responsáveis.

“A terra devolve o que a gente entrega. Com as pessoas, não é diferente”, conclui.