Planeta Campo Talks

Pacto Global mobiliza empresas brasileiras para a COP30 na Amazônia

Rubens Filho detalha como o setor empresarial pode liderar ações ambientais e se preparar para a cúpula do clima em Belém, por meio do programa Pacto Ruma à COP 30.

Pacto Global mobiliza empresas brasileiras para a COP30 na Amazônia

O Brasil se prepara para sediar a COP 30, em novembro, e o setor privado já está sendo mobilizado para participar com protagonismo das discussões climáticas. Rubens Filho, gerente executivo de meio ambiente do Pacto Global – Rede Brasil, esteve no programa Planeta Campo Talks e explicou como as empresas podem se engajar nas soluções ambientais propostas para a cúpula do clima, que acontecerá em Belém/PA.

“O setor empresarial precisa estar na mesa de discussões. E é para isso que o Pacto Global existe: para oferecer uma jornada de engajamento e construção coletiva em prol do meio ambiente”, afirmou Rubens.

De jornalista a liderança ambiental

Com formação em jornalismo e experiências na área ambiental e de saneamento básico, Rubens foi se aproximando da sustentabilidade de forma natural. Trabalhou no Instituto Trata Brasil e participou de projetos com a WWF na cabeceira do Pantanal, o que o levou à atuação atual no Pacto Global da ONU, onde hoje coordena temas como água, oceano e meio ambiente.

O que é o Pacto Global da ONU?

Criado em 2000 por iniciativa do então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o Pacto Global é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo. No Brasil, a rede existe desde 2003 e hoje conta com quase 2 mil participantes entre empresas e organizações.

A proposta é clara: engajar o setor empresarial nos grandes desafios globais como mudanças climáticas, direitos humanos, trabalho digno e combate à corrupção.

“O Brasil é o segundo maior Pacto Global do mundo, atrás apenas da Espanha ou França. Isso mostra o quanto nossas empresas estão buscando avançar em responsabilidade socioambiental”, destacou Rubens.

Programa Pacto Ruma à COP 30

Para preparar as empresas para a COP 30, o Pacto criou um programa específico: o Pacto Ruma à COP 30. A iniciativa reúne temas prioritários da conferência, como:

  • Resiliência hídrica
  • Conservação de oceanos
  • Agricultura regenerativa
  • Redução de emissões de gases de efeito estufa
  • Economia circular

Mais de 480 empresas já participam das iniciativas relacionadas ao programa. A ideia é que essas organizações cheguem à COP 30 com resultados concretos para compartilhar.

Movimentos de destaque: Net Zero e Amazônia

Entre os movimentos mais relevantes do Pacto está o Ambição Net Zero, que já reúne 121 empresas com compromissos públicos de descarbonização. O objetivo é acelerar a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2050.

Outro destaque é o Movimento Impacto Amazônia, que convida as empresas a enfrentarem coletivamente o desmatamento na região da Amazônia Legal. “A COP 30 será uma oportunidade única para demonstrar esse engajamento em plena floresta tropical”, disse Rubens.

Agricultura regenerativa e o campo na COP

A agricultura também está no radar. O Pacto mantém um grupo de trabalho sobre agricultura sustentável, com foco em regeneração do solo, resiliência climática e boas práticas produtivas. “O produtor rural brasileiro tem avançado muito e pode ser exemplo global em sustentabilidade”, defendeu o executivo.

Comunicação como ferramenta de transformação

Além das ações práticas, a comunicação é vista como eixo estratégico. O Pacto mantém o programa Missão COP 30, que capacita profissionais de comunicação das empresas para atuarem de forma qualificada nas discussões da conferência.

“Sem comunicação, os bons exemplos se perdem. Precisamos mostrar ao mundo o que está sendo feito de forma transparente e colaborativa”, enfatizou Rubens.

Convite ao setor empresarial

Para quem ainda não faz parte do Pacto, Rubens deixou o convite: “Estamos à disposição para engajar mais empresas. Quem já é membro e ainda não participa dos programas, o momento é agora. Vamos juntos rumo à COP 30.”