Pesquisa revela que fazendas brasileiras sequestram mais carbono do que emitem: o agronegócio no combate ao aquecimento global

Um estudo recente mostrou que 33 fazendas no Brasil removeram mais de 17 mil toneladas de carbono da atmosfera, comprovando que práticas agrícolas sustentáveis são essenciais na luta contra as mudanças climáticas.

Uma pesquisa recente revelou que 33 fazendas brasileiras estão à frente na luta contra as mudanças climáticas, removendo mais de 17 mil toneladas de carbono da atmosfera, o equivalente ao potencial de captura de mais de 2.400 árvores. Os dados, apresentados por Gustavo Heisler, gerente de negócios e sustentabilidade da Dacia, destacam o papel crucial da agricultura e da pecuária no sequestro de carbono e na mitigação do aquecimento global.

De acordo com Heisler, os resultados foram obtidos por meio de uma calculadora desenvolvida com base em metodologias internacionais, adaptadas para a realidade brasileira. O levantamento incluiu o estudo detalhado das atividades em cada uma das 33 propriedades, analisando práticas de manejo do solo, produtividade, consumo de combustíveis e energia, entre outros fatores. “Esse estudo vai além das emissões, avaliando o quanto as propriedades rurais estão removendo de carbono da atmosfera”, explica Heisler.

Práticas sustentáveis e eficiência produtiva

As fazendas envolvidas no estudo adotam práticas agrícolas conservacionistas, como o plantio direto e os sistemas integrados de produção, incluindo a integração lavoura-pecuária (ILP) e lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Esses sistemas são fundamentais para o aumento da eficiência produtiva e para a remoção de carbono. Além disso, a gestão adequada do rebanho e das pastagens tem se mostrado uma aliada importante na redução das emissões de gases de efeito estufa.

“O uso racional de combustíveis fósseis e a adoção de sistemas produtivos mais sustentáveis são estratégias essenciais para otimizar a produtividade e reduzir as emissões”, afirma Heisler.

Potencial de sequestro de carbono no Brasil

As 33 fazendas mapeadas pelo estudo representam uma área de 18 mil hectares, mas o potencial é muito maior. “Os sistemas integrados de produção já estão presentes em 17 milhões de hectares no Brasil, o que mostra a enorme capacidade do agronegócio de sequestrar carbono e contribuir para a sustentabilidade”, destaca Heisler. Ele também ressalta a importância de comunicar esses resultados ao mundo, desmistificando a ideia de que a agricultura e a pecuária são apenas vilãs no cenário ambiental.

“Propriedades rurais brasileiras têm um grandíssimo potencial de serem aliadas na luta contra as mudanças climáticas. A adoção de boas práticas de manejo é um caminho claro para que o setor contribua ainda mais para a redução das emissões globais”, conclui.

O futuro do agronegócio sustentável

O estudo ainda está em sua fase inicial, mas já demonstra que o Brasil tem muito a oferecer em termos de soluções climáticas. Com a expansão da pesquisa para outras propriedades e o incentivo à adoção de práticas sustentáveis, o agronegócio brasileiro pode ser uma peça-chave na mitigação dos impactos ambientais globais.