Produção de soja leva desenvolvimento social ao nordeste do Brasil
Gisela Introvini discute a expansão da soja no nordeste brasileiro, abordando desafios, inovações e desenvolvimento socioambiental.
Na entrevista exclusiva para o Planeta Campo, Gisela Introvini, superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (FAPCEN), destacou a transformação da região nordeste do Brasil através da expansão do cultivo de soja. Gisela, formada em engenharia agronômica e com vasta experiência no setor agrícola, detalhou sua trajetória desde o Sul do Brasil até sua atuação no Nordeste, onde enfrentou desafios climáticos e contribuiu significativamente para o desenvolvimento agrícola.
“A minha vida é repleta de ensinamentos o tempo todo. Trabalhando sempre com produção de sementes, eu me formei em engenharia agronômica e, com toda essa bagagem, fui enfrentar os desafios no Nordeste do Brasil,” disse Gisela.
A entrevista abordou a importância da pesquisa e inovação tecnológica, especialmente na adaptação de cultivares de soja às condições adversas do Nordeste. Gisela mencionou o trabalho pioneiro com a Embrapa para desenvolver variedades resistentes às altas temperaturas e baixas altitudes, destacando as cultivares BRS Sambaíba e BRS Tracajá.
“Produzir sementes de soja em regiões de altas temperaturas e baixa altitude era considerado impossível, mas conseguimos superar esse desafio com o programa de melhoramento genético liderado pela Embrapa,” explicou Gisela.
Gisela também enfatizou o impacto socioeconômico da soja na região, que passou de improdutiva a um dos maiores polos produtivos do país, gerando empregos e renda. Além disso, ela abordou a importância da sustentabilidade e certificações, como a RTRS, que asseguram práticas agrícolas responsáveis e sustentáveis.
“Nós geramos uma riqueza significativa, que também trouxe a necessidade de especialização da mão de obra e diversificação dos cultivos para manter a sustentabilidade,” acrescentou.
A entrevista destacou ainda o papel da diversificação de culturas e o combate às monoculturas, que ajudam a preservar o solo e melhorar a produtividade. Gisela discutiu o impacto positivo da agricultura moderna no meio ambiente, mencionando práticas como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o uso de tecnologias avançadas.
“Introduzimos cultivos como o milho, o algodão, e até espécies exóticas como o eucalipto, que ajudaram a revolucionar o sistema produtivo no Nordeste,” afirmou Gisela.
Por fim, Gisela compartilhou detalhes sobre a organização da Agrobalsas, a maior feira agrícola do Maranhão, que serve como uma plataforma para transferência de tecnologia e conhecimento. Ela destacou a importância de eventos como este para promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer o agronegócio na região.
“A Agrobalsas é uma ferramenta forte para transferir e adaptar tecnologias, trazendo especialistas de todo o Brasil para compartilhar conhecimentos,” concluiu Gisela.