O projeto “Polo Matas de Minas: Agricultura Sustentável (Solo e Água)”, da Emater-MG, está transformando a realidade de centenas de produtores rurais no estado. Com ações voltadas à recuperação do solo, uso racional da água e valorização das agroindústrias, a iniciativa já mostra impactos positivos na produtividade e na qualidade de vida no campo.
Criado em 2023 e executado a partir de 2024, o projeto abrange cerca de 160 municípios da Zona da Mata mineira. Com forte atuação em regiões montanhosas, a proposta responde diretamente aos desafios ambientais e socioeconômicos da área, como erosões, degradação de pastagens e destinação incorreta de resíduos.
Segundo o engenheiro agrônomo Rômulo Mathozinho de Carvalho, gerente regional da Emater-MG, o foco principal está no manejo sustentável do solo e da água. “A erosão é um dos nossos maiores problemas, e isso compromete tanto a produtividade quanto a saúde dos rios da região”, explica.
Por isso, a estratégia passa por orientações práticas e acessíveis, como o uso de plantas de cobertura, construção de barraginhas, plantio em nível e unidades demonstrativas. Além disso, há foco na conscientização dos produtores por meio de eventos e dias de campo.
Solo mais protegido, água melhor aproveitada
A combinação de ações técnicas com orientação direta nas propriedades tem gerado ganhos visíveis. Ao conservar o solo e manejar corretamente os recursos hídricos, os produtores conseguem aproveitar melhor os insumos e reduzir perdas causadas pela erosão.
“Quando você aplica adubo e tem erosão, esse insumo se perde. Com manejo adequado, o fertilizante permanece no solo e se torna mais eficiente, o que resulta em maior produtividade”, afirma Romulo. A melhoria também aparece nas pastagens, que recuperam sua capacidade de pastejo e reduzem os custos de produção.
Para os produtores de leite e carne, isso significa mais economia, já que o pasto continua sendo a alternativa mais acessível. E, no caso das lavouras, o manejo específico tem contemplado até atividades como horticultura e olivicultura, adaptadas à realidade local.
A questão da água também ganhou atenção especial. O projeto orienta o uso correto da irrigação e a instalação de fossas sépticas e esterqueiras. Com isso, evita-se a contaminação dos rios, e a água disponível é usada de forma mais racional, algo cada vez mais urgente diante da escassez hídrica.
Resultados que se espalham pelo campo
Além dos ganhos ambientais e produtivos, o projeto tem proporcionado impactos sociais relevantes. A adoção de práticas sustentáveis nas propriedades melhora a saúde das famílias rurais, evita a contaminação de nascentes e fortalece a estrutura de saneamento básico.
Outro avanço importante é o apoio às agroindústrias locais. Com o aumento da regularização, mais produtos são processados e comercializados dentro das normas sanitárias e ambientais. Isso gera mais valor para os alimentos produzidos e novas oportunidades de renda para as famílias.
“Na hora em que o produtor aumenta a produtividade e consegue vender mais, ele melhora a renda. É um ganho econômico direto”, destaca o gerente da Emater. Ele também ressalta que as orientações técnicas estão disponíveis em todos os escritórios locais da instituição.
O engajamento das equipes regionais e o envolvimento dos produtores têm sido fundamentais para o sucesso da proposta. Ao unir conhecimento técnico com a realidade do campo, a Emater tem conseguido promover mudanças duradouras, valorizando a sustentabilidade como ferramenta de desenvolvimento rural.