Projeto de Lei garante participação dos produtores de cana no mercado de créditos de descarbonização

Novo projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados permite que produtores de cana recebam parte das receitas geradas com créditos de descarbonização (CBios), trazendo uma fonte de renda adicional ao setor.

Na última semana, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que promete revolucionar o setor de biocombustíveis, especialmente para os produtores de cana. O CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira, destaca que, com a aprovação desse projeto, produtores agora poderão acessar o mercado de créditos de descarbonização, conhecido como CBios, que gera bilhões de reais em receitas anualmente no Brasil. O programa Renovabio, criado em 2018 para impulsionar a substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis como etanol, ganha um novo capítulo com a inclusão dos produtores na partilha de créditos.

Os CBios representam uma tonelada de CO₂ evitada e têm sido um pilar do Renovabio, incentivando a produção de biocombustíveis como etanol e biodiesel. Segundo José Guilherme, os créditos eram até então exclusivos das usinas, deixando de lado os produtores que participam da etapa inicial e fundamental da captura de carbono. Com a nova lei, eles poderão receber entre R$ 3 e R$ 5 por tonelada de cana, o que representa uma significativa fonte de renda para o setor.

“Essa medida é uma vitória para os produtores e reconhece seu papel essencial na descarbonização do setor energético,” explica José Guilherme. A proposta ainda passará pelo Senado e, em seguida, por sanção presidencial. A expectativa é que a regulamentação garanta a justa distribuição dos créditos, incentivando ainda mais o crescimento sustentável do agronegócio brasileiro.

Além disso, Nogueira destaca o Cana Summit 2025, que ocorrerá em Brasília nos dias 2 e 3 de abril de 2025, trazendo ao debate os principais desafios e oportunidades para o setor, diretamente com autoridades e reguladores, num evento pensado exclusivamente para produtores de cana.

A mudança no setor de biocombustíveis é promissora, e os produtores aguardam ansiosos pela aprovação final que deverá impulsionar ainda mais a sustentabilidade no agronegócio.