
O Programa Rotas de Integração Sul-Americana, criado pelo Ministério do Planejamento em 2022, tem como objetivo promover a integração logística entre os países da América do Sul, facilitando o comércio e o fluxo de mercadorias e pessoas. Com 190 obras planejadas, o programa visa conectar regiões chave da fronteira brasileira a outros países da América Latina, contribuindo para o desenvolvimento econômico e sustentável da região.
Em entrevista ao Planeta Campo, João Villaverde, Secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento, destacou os avanços e os desafios do programa, especialmente no que diz respeito ao investimento de R$ 4,5 bilhões previstos para 2025. A entrevista também abordou como a execução das obras está estruturada e a colaboração com países parceiros, como a China, para garantir a eficácia do programa a longo prazo.
As Cinco Rotas de Integração
O programa é composto por cinco rotas logísticas multimodais, que envolvem rodovias, hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos e infovias. As principais rotas são:
- Rota das Guianas: Ligando o norte do Brasil com a Guiana Francesa e outros países da região.
- Rota Amazônica: Partindo de Manaus, no Amazonas, e se conectando com a Colômbia, Equador e Peru.
- Rota Quadrante Rondon: Criando um quadrante entre Acre, Rondônia e Mato Grosso com Bolívia, Peru e o norte do Chile.
- Rota Bioceânica de Capricórnio: Conectando o Atlântico e o Pacífico com três embocaduras em Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
- Rota Bioceânica do Sul: Ligando Santa Catarina e Rio Grande do Sul ao Uruguai, Argentina e Chile.
Cada uma dessas rotas visa não apenas facilitar o transporte de produtos e pessoas, mas também incentivar o desenvolvimento de novas oportunidades de negócios nas regiões de fronteira.
Investimentos e Execução das Obras
O investimento de R$ 4,5 bilhões para 2025 é um marco importante para o programa. Villaverde garantiu que os recursos estão assegurados no orçamento, com a liberação já planejada para diferentes tipos de obras, que variam desde grandes projetos, como a ponte binacional entre Brasil e Paraguai, até obras menores, como os portos de pequeno porte no Amazonas e em Roraima.
Além disso, o Secretário ressaltou que todas as obras estão sendo acompanhadas de perto, com licenciamento ambiental e integração com o Tribunal de Contas da União para garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e responsável.
Parcerias Internacionais
Outro ponto destacado por João Villaverde foi a importância das parcerias internacionais para o sucesso do programa. O relacionamento com países como a China, Estados Unidos e membros da União Europeia tem sido fundamental, especialmente no que diz respeito a obras de maior envergadura, como as ferrovias. Segundo Villaverde, a colaboração com esses países envolve tanto o financiamento por meio de bancos multilaterais, como o BID e a CAF, quanto a participação de empresas internacionais na execução de grandes projetos de infraestrutura.
Perspectivas para o Futuro
Apesar dos desafios impostos pela complexidade das obras e pela necessidade de articulação entre diferentes governos e instituições, o programa tem demonstrado resultados positivos, com várias obras já concluídas ou em andamento. O impacto esperado é significativo, não apenas em termos de infraestrutura, mas também no aumento da geração de empregos e na criação de novas oportunidades de negócios, especialmente para as regiões de fronteira.
João Villaverde destacou ainda a importância das rotas logísticas para a integração regional, conforme estabelecido pela Constituição, reforçando o compromisso do governo federal em melhorar a infraestrutura do Brasil e seus vizinhos sul-americanos, promovendo um futuro mais sustentável e interconectado para todos.
O Programa Rotas de Integração Sul-Americana é uma das iniciativas mais ambiciosas do governo federal para promover a integração econômica e social entre os países da América do Sul. Com investimentos robustos e parcerias internacionais estratégicas, o programa tem o potencial de transformar a infraestrutura da região e proporcionar benefícios econômicos duradouros para os países envolvidos.