Seca histórica na Amazônia deve se agravar nos próximos meses
A seca afeta a economia da região, prejudicando a agricultura, a pesca e o turismo
A seca histórica que atinge a Amazônia deve se agravar nos próximos meses, segundo projeções climáticas. As temperaturas devem continuar elevadas, com máximas girando em torno de 40 °C frequentemente. As chuvas retornam aos poucos, mas com o volume abaixo da média climatológica.
No Brasil, a seca é um fenômeno comum em algumas regiões, como o Nordeste e o Centro-Oeste. Em 2021, a seca na Bacia Paraná-Prata, que abrange os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, foi a pior desde 1944. O fenômeno causou prejuízos significativos à agricultura, levando à redução da produção de soja e milho.
“A situação é resultado de uma combinação de fatores climáticos e atividades humanas. O El Niño, fenômeno climático que ocorre periodicamente no Oceano Pacífico, está causando um aumento das temperaturas e uma diminuição das chuvas na Amazônia. O aquecimento anormal das águas oceânicas este ano também está afetando a circulação geral da atmosfera, contribuindo para os extremos climáticos na região” diz Arthur Muller, meteorologista do Canal Rural.
A situação de desmatamento e incêndios florestais também agrava a seca. As árvores da floresta amazônica ajudam a regular o clima da região, absorvendo o carbono da atmosfera e liberando umidade.
“O desmatamento e os incêndios florestais liberam um excesso de carbono na atmosfera, promovendo um aumento das temperaturas na região” cita Muller.
Em Manaus, por exemplo, a expectativa é que o acumulado de chuva nos meses de dezembro e janeiro fique em torno de 250mm, muito abaixo dos 500mm esperados climatologicamente.
Isso significa que os níveis dos rios da região não devem voltar ao normal até o início do próximo ano.
E para a agricultura, quais os efeitos da seca?
A seca também afeta a economia da região, prejudicando a agricultura, a pesca e o turismo.
Os impactos da seca na agricultura podem variar conforme a duração e a intensidade do fenômeno. Em geral, quanto mais prolongada e severa for a seca, maiores serão os impactos negativos sobre a produção agrícola.
Um estudo realizado pela Embrapa na região semiárida do Nordeste, mostrou que a seca reduziu a produtividade da mandioca em até 70%.
Para reduzir os impactos na agricultura, é importante adotar medidas de adaptação, como o uso de tecnologias de irrigação, o desenvolvimento de variedades de plantas mais tolerantes à seca e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis.