Senado decide futuro do mercado de carbono no Brasil: votação do PL 182 de 2024
O projeto de lei 182 de 2024, que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, é votado no Senado após intenso debate. Aprovado, ele marcará um passo decisivo para a estrutura de controle e incentivos no setor
O plenário do Senado Federal realiza hoje uma votação crucial para a regulamentação do mercado de carbono no Brasil, com o substitutivo do projeto de lei 182 de 2024 em pauta. Esse texto vem sendo aprimorado ao longo de anos e representa uma evolução a partir do PL 412 de 2022, inicialmente proposto no Senado e posteriormente revisado na Câmara dos Deputados. A criação de um mercado regulado de carbono, com obrigações e incentivos legais, é um passo importante para o Brasil se alinhar aos compromissos globais de sustentabilidade e controle de emissões.
Entre os pontos centrais do PL 182 está a introdução do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que estabelece tetos para emissões anuais e a obrigatoriedade de compra de créditos de carbono para setores que ultrapassem esses limites. As atividades agrícolas primárias, como a agricultura e a pecuária dentro das fazendas, são isentas dessas obrigações, embora possam atuar como emissores de créditos. Já setores como a agroindústria e outros industriais estão inseridos no escopo regulamentado, alinhando-se às metas nacionais e internacionais de redução de carbono.
Uma das mudanças mais introduzidas pelo Senado foi a remoção do “CRAN” (Certificado de Recebível do Agronegócio de Carbono), transformando os créditos de carbono em valores mobiliários, mais amplamente aplicáveis ao mercado de capitais. Isso permite que os créditos tratados sejam como investimentos financeiros diversificados, incluindo funções semelhantes a dividendos ou contratos futuros.
Além disso, o novo texto visa organizar melhor a governança do mercado, ampliando o número de ministérios envolvidos para garantir uma abordagem interministerial integrada, conforme já previsto na Política Nacional de Mudanças Climáticas. Outro aspecto notável é o tratamento dos créditos REDD+, efeitos colaterais ao desmatamento evitado, que foram readequados para evitar
Se aprovado pelo Senado, o texto retornará à Câmara e, em seguida, poderá ser sancionado pela Presidência, alinhando o Brasil aos mercados internacionais de carbono e fortalecendo a agenda ambiental do país antes da COP 29 em Baku.