Conheça a história de três mulheres que vem fazendo a diferença na agricultura brasileira
Em todas as esferas do agronegócio, as mulheres ocupam seu espaço e se destacam em suas áreas de atuação
Mulheres que criam oportunidades e ocupam espaços a partir de suas experiências e contribuições significativas que se destacam em suas áreas de atuação, contribuindo para mudar realidades, impactar comunidades e promover o desenvolvimento sustentável.
O Planeta Campo homenageia, neste 8 de março, as mulheres que realizam em todas as esferas da sociedade.
Mulheres na política
Um exemplo dessa força feminina é a senadora Tereza Cristina.
Como deputada federal, em 2014 ela recebeu um dos maiores prêmios da política nacional, foi considerada uma das melhores parlamentares do país e a melhor do Mato Grosso do Sul, na 11ª edição do Prêmio Congresso em Foco. Já em 2019 assumiu o desafio de ser Ministra da Agricultura e fez parte de um período em que o setor conquistou recordes de produção, abriu novos mercados, entre outras realizações.
“No momento em que fui ministra da agricultura, o ministério era muito maior do que é hoje, pois abrangia tanto a grande quanto a pequena agricultura. Tínhamos também ligados a ele setores florestais e a área de infraestrutura. Acredito que atendemos muitas demandas dos produtores rurais e vivemos um momento ótimo, mas também complicado, com a chegada da pandemia logo no segundo ano”.
Tereza Cristina liderou a implementação do Plano ABC+, que criou novas metas e compromissos para o Plano Nacional de Agricultura de Baixo Carbono.
“Este é um programa que já tem 10 anos. Tive a felicidade de acompanhar e medir as métricas que mostraram como este programa contribuiu para o Brasil naquele momento. Implementamos o ABC e, após uma década, estamos enfrentando novos desafios, especialmente na recuperação de áreas degradadas, algo muito presente no Brasil. Aqui, não é necessário sacrificar nada para produzir; precisamos apenas seguir o Código Florestal, uma legislação única no mundo, que estabelece a preservação de até 80% do bioma amazônico e de terras degradadas que precisam ser recuperadas e reintegradas à produção brasileira. O ABC atende a essa demanda, e fico feliz em ver que continua sendo implementado. Espero que tenha ainda mais sucesso no futuro.”
Atualmente Tereza Cristina é senadora, eleita com quase 830 mil votos pelo Mato Grosso do Sul e que, continua lutando pelo direito do produtor rural.
Pecuarista é referência mundial em bem-estar animal
Outra mulher que realiza é Carmen Perez, pecuarista à frente da fazenda Orvalho das Flores.
Ela saiu de São Paulo aos vinte e dois anos e transformou a fazenda em Mato Grosso em referência mundial para bem-estar animal.
“Justamente quando mudei para a fazenda, senti uma necessidade muito grande de compreender o comportamento animal. Além disso, busquei entender a relação humana com os animais, então busquei pesquisas e cursos com especialistas para trazer esse conhecimento para cá, de modo que pudéssemos trabalhar em harmonia com os animais. Esse tem sido meu grande propósito de vida: trabalhar com respeito aos animais e às pessoas que estão no campo, às quais também tenho muito respeito. Quem vive e trabalha na terra possui um amor enorme por essa atividade, e viver em meio à natureza é algo muito especial. O bem-estar animal orienta minha vida e minhas decisões.”
Com esse olhar sensível ela coloca em prática técnicas para proteger os animais do estresse diário, como a possibilidade do gado passar pelo brete aberto para se familiarizar com a estrutura antes de iniciar os trabalhos, bandeiras para guiar os animais sem gritaria, a oferta de uma “recompensa” para o lote após o manejo, separando um pasto de alta qualidade para o gado descansar depois dos procedimentos ou, na época da seca, disponibilizando um cocho proteinado.
A pecuarista também luta contra a marcação a fogo para identificação e controle sanitário dos animais, provando que com a adoção da tecnologia é possível ter dados mais precisos e produtivos do rebanho.
Práticas que além de trazer mais lucro e produtividade para o negócio, melhoram a qualidade de vida dos animais e dos trabalhadores da fazenda. Resultados que só são possíveis a partir de um trabalho humanizado.
“Eu adoro ser pecuarista; é o que escolhi para minha vida. Amo minha atividade e sinto um enorme orgulho em fazer o que faço dentro da minha profissão.”
Liderança feminina
Por fim, Joanita Karoleski é outra mulher que realiza.
Com mais de 40 anos de experiência no agronegócio. Ela foi presidente do Fundo JBS pela Amazônia e atualmente trabalha como conselheira, trabalhando com foco em promover a bioeconomia da floresta e tendo o compartilhar como um de seus princípios de vida e de liderança.
“A ideia de estar aqui para servir os outros é fundamental. Devemos colocar nosso conhecimento e nossa experiência a serviço disso. Precisamos compartilhar todo o conhecimento que tenho com as outras pessoas, seja com pares ou subordinados. Assim, conseguimos formar equipes de alto desempenho.”
Um trio de força, liderança e grandes conquistas. Assim como muitas mulheres que lutam todos os dias para fazer do agronegócio um ambiente sensível, rentável e sobretudo, sustentável. A elas e a todas, um Feliz Dia Internacional das Mulheres.