Vitrines Tecnológicas da Embrapa: inclusão digital revoluciona o campo na Amazônia

As vitrines tecnológicas da Embrapa Amazônia Oriental levam sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária-floresta e outras soluções diretamente ao celular de produtores, técnicos e estudantes, mesmo em áreas sem internet.

No Dia Nacional do Extensionista Rural, o trabalho de levar conhecimento e tecnologia ao campo ganha ainda mais destaque. Bruno Giovany de Maria, chefe-adjunto da Embrapa Amazônia Oriental, apresentou as vitrines tecnológicas, uma ferramenta que tem promovido inclusão digital e sustentabilidade em regiões remotas da Amazônia.

Desenvolvido em parceria com o governo do Pará, o projeto das vitrines tecnológicas nasceu em 2019 e se adaptou aos desafios da pandemia, quando o acesso físico às comunidades ficou restrito. “Tivemos que inovar para continuar conectando produtores e técnicos às nossas soluções. Criamos um ambiente virtual amigável e acessível, que pode ser utilizado até mesmo offline”, explicou Bruno.

Tecnologia e Sustentabilidade de Mãos Dadas

As vitrines permitem o acesso a sistemas sustentáveis, como os agroflorestais (SAFs) e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Essas práticas ajudam a combater o desmatamento, recuperar áreas degradadas e integrar cultivos agrícolas, florestais e pecuários. “Com sistemas agroflorestais, conseguimos proteger o solo, aumentar a resiliência da produção e preservar a biodiversidade com espécies nativas como cupuaçu e açaí”, afirmou Bruno.

Já o ILPF, amplamente reconhecido por seu impacto positivo na redução de emissões de gases de efeito estufa, também ganha destaque na ferramenta. “A presença de árvores nos sistemas produtivos favorece o sequestro de carbono e contribui para um sistema agrícola mais equilibrado e produtivo”, acrescentou.

Vitrines Saf Ronaldorosa | Planeta Campo

Impacto na Inclusão Digital

Além dos sistemas SAF e ILPF, as vitrines oferecem recursos como o meliponário virtual, que simula o manejo de abelhas nativas sem ferrão para polinização e produção de mel, e o cultivo do açaí de terra firme, que vem ganhando adesão na região. Com suporte para download em celulares e computadores, a ferramenta beneficia produtores, técnicos e estudantes.

“É uma forma de democratizar o conhecimento e integrar ainda mais as comunidades rurais, garantindo que as inovações tecnológicas cheguem até os locais mais distantes”, enfatizou Bruno.

Desafios Superados e Próximos Passos

A implementação enfrentou desafios como adaptar práticas físicas para o ambiente virtual e criar uma interface amigável e eficiente. “Superamos isso com a colaboração de pesquisadores e desenvolvedores comprometidos em criar uma ferramenta funcional e acessível”, destacou.

O próximo passo do projeto é expandir as vitrines tecnológicas para outras regiões e agregar novas soluções. “Já adquirimos o know-how necessário e estamos prontos para levar essa inovação para além da Amazônia, ampliando nosso impacto e conectando ainda mais pessoas ao conhecimento sustentável”, concluiu Bruno.