Projeto de conservação no Pantanal certifica mais de 231 mil créditos de carbono

Além da relevância ambiental, o programa tem como objetivos a proteção e conservação das espécies ameaçadas e o aumento da funcionalidade do pantanal

O Pantanal Brasileiro, reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela UNESCO, se tornou palco de um projeto de conservação que está conquistando resultados significativos.

Desenvolvido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e apoiado pela ISA CTEEP, líder no setor de transmissão de energia do país, o projeto alcançou a certificação de mais de 231 mil créditos de carbono, que serão comercializados no mercado voluntário internacional.

Estima-se que essa conquista possa reduzir aproximadamente 430 mil toneladas de CO2e até 2030.

A iniciativa focada na conservação do Pantanal se concentra na região da Serra do Amolar, abrangendo mais de 135 mil hectares. Essa área, forma um corredor de biodiversidade crucial para a onça-pintada e diversas outras espécies animais.

A onça-pintada, cuja população foi reduzida em quase metade nos últimos 100 anos, desempenha um papel ecológico fundamental na proteção da biodiversidade, florestas e recursos hídricos. Segundo estimativas do Programa Felinos Pantaneiros, existem cerca de 12,4 onças-pintadas por 100 km² no Pantanal.

Pantanal

Foto: MMA

“Ao obter o reconhecimento como empresa carbono neutro pelo Instituto Colombiano de Normas Técnicas e Certificação (Icontec), nos escopos 1 e 2, a ISA CTEEP demonstra o compromisso com iniciativas sustentáveis não apenas internamente, mas também por meio do Programa Conexão Jaguar. Esse programa visa não apenas à conservação da biodiversidade e à mitigação das mudanças climáticas, mas também ao desenvolvimento das comunidades locais”, afirma Ana Carolina David, gerente de comunicação, sustentabilidade e relações institucionais da ISA CTEEP.

A gestão da área protegida é realizada pelo Instituto Homem Pantaneiro, responsável pela execução do projeto.

Essa certificação de créditos de carbono dentro do Pantanal contou com o apoio técnico de parceiros renomados, como a South Pole e a Panthera, líderes mundiais no combate às mudanças climáticas e na conservação de grandes felinos, respectivamente.

Os créditos de carbono emitidos pelo projeto representam um incentivo à preservação ambiental e foram desenvolvidos dentro do âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Esse é o primeiro projeto certificado no Brasil no bioma Pantanal. O desafio adicional é reduzir em 90% o desmatamento não planejado, incluindo o fogo, que é o principal fator de desmatamento nesse bioma.

Além da relevância ambiental, o programa tem como objetivos a proteção e conservação das espécies ameaçadas, o aumento da funcionalidade do bioma, o sequestro de carbono na vegetação nativa permanente e o fortalecimento da governança local.

A participação ativa das comunidades no entorno da área protegida é fundamental para garantir a sustentabilidade do projeto e o desenvolvimento socioeconômico da região.