A pecuária no mercado de carbono
Estudos apontam que o Brasil pode gerar cerca de 100 bilhões de dólares em receitas de crédito de carbono até 2030.
Estudos da WayCarbon encomendado pela Câmara de Comércio Internacional revelou que o Brasil pode gerar cerca de 100 bilhões de dólares em receitas no mercado de carbono até 2030, o destaque ficou para os setores agropecuário e de energia.
Em entrevista com o head da Agrocarbono, Sávio Sardinha, o Planeta Campo detalhou um pouco mais o potencial da pecuária no mercado de créditos de carbono.
De acordo com Sardinha, o cenário está bem aquecido e os estudos atuais se mostraram até diminutos perante o potencial real da atividade.
“Os estudos apontavam metade do potencial, eles falavam em US$50 bilhões, hoje se fala em US$ 100 bilhões. Conforme o tempo passa, o mercado vai entregando a real capacidade”, ponderou.
Para o head, os potenciais são naturalmente percebidos como uma união do que já vem sendo realizado no setor, visto que nos últimos 40 anos a produção agrícola quintuplicou e a pecuária duplicou em produção.
“É um contexto de eficiência, o mercado acaba favorecendo a atividade em função do que a eficiência traz como adicional ao processo produtivo. São boas impressões que vemos sendo concretizadas”, disse.
Crédito na pecuária
As unidades produtivas são praticamente indústrias a céu aberto e possuem florestas, as quais são os potenciais primários na geração de crédito de carbono. Atualmente são três as atividades dentro das fazendas com mais potencial de exploração: as florestas, a atividade pecuária em si e a energia, como por exemplo os biodigestores.
Como acessar o mercado de carbono
Para acessar o mercado de carbono, Sardinha recomenda que os produtores rurais procurem empresas de pesquisa como Embrapa, empresas privadas ou mesmo grupos de trabalho envolvidos na atividade.
Depois de procurar e se inteirar do mercado, Sardinha recomenda que seja realizado o mapeamento das oportunidades da propriedade e a intenção do pecuarista também.
“Não existe tamanho definido para a propriedade, o que vale é o potencial da atividade em gerar créditos”, finalizou.