
por Embaixadora Liliam Chagas (Negociadora-chefe para a COP30)
A COP tornou-se a maior negociação multilateral do sistema das Nações Unidas. Em 2023, a COP de Dubai teve o recorde de 84 mil participantes e transformou-se num grande espaço em que, além dos governos de diversos países, empresas, estudantes e pesquisadores buscaram conhecer soluções possíveis para um problema mundial: as mudanças do clima. Com o passar do tempo, o fenômeno climático se acentuou, e os cientistas afirmam que a trajetória ascendente dos eventos climáticos extremos está acontecendo de forma mais rápida que o previsto – eles estimam que os próximos 10 anos serão cruciais para frear o aumento da temperatura da Terra e, por isso, alertam que os países precisam de ações conjuntas nesse intuito.
A COP30 é uma grande oportunidade para o Brasil demonstrar que somos capazes de liderar essas conversas. Em 1o de março de 2025, o Embaixador André Corrêa do Lago, Presidente designado da COP30, publicou uma carta para a sociedade internacional com a visão do Brasil para a Conferência. Ele reconhece que vivemos uma urgência climática e convoca os países a adotarem suas políticas de forma mais ágil, convidando todos os atores a alavancar soluções multilaterais e coletivizar as tecnologias já existentes para dirimir a crise climática. A expectativa é que a COP30 entre para a história como a “COP da virada”: a virada da negociação de regras para a implementação de soluções num esforço conjunto, num “mutirão global” pelo clima.