JBS Couros firma parceria para produção de produtos e acessórios com couro responsável
O objetivo da ação é criar um ciclo de geração de renda para comunidades em situação de vulnerabilidade social, que trabalham na produção das peças de couro
Inspirada em ampliar as possibilidades com o couro e dar destinação ainda melhor aos resíduos de sua indústria, a Leather Labs, da JBS Couros, plataforma de transformação social e venda de couros produzidos com foco no menor impacto ambiental, selou uma parceria com a Ornare, marca internacional de mobiliário sob medida de alto padrão, e a ONG Comitê de Solidariedade pela Vida (CSV) para a reutilização de materiais, gerando impacto positivo socioambiental.
O objetivo da ação é criar um ciclo de geração de renda para comunidades em situação de vulnerabilidade social, que trabalham na produção das peças, e para a própria ONG, que assiste 2 mil famílias, com crianças e adultos portadores de doenças metabólicas e problemas nutricionais, em Itapevi (SP). No ano de 2023, mais de 2 toneladas de materiais foram doadas, com os quais foram produzidos mais de 11 mil brindes em couro e 2 mil em tecido.
“Nosso foco está em ressignificar os nossos resíduos por meio da criação de caminhos circulares. Queremos construir um futuro em que 100% dos descartes tenham um novo destino, e que esse destino seja construído juntamente à capacitação e empoderamento de pessoas para trabalhar com esse material único que é o couro”, afirma Kim Sena, diretor da Leather Labs.
Com a doação de peles, que seriam resíduos da cadeia do couro, e também de aparas de tecidos e materiais nobres da produção de móveis, a CSV fabrica produtos e acessórios responsáveis, como bolsas e carteiras, que são adquiridos pela Ornare.
“Essa parceria representa não apenas um compromisso com a sustentabilidade, mas também uma expressão tangível de nosso propósito social, ressignificando materiais e estimulando a responsabilidade social”, compartilha Esther Schattan, sócia-fundadora da Ornare.
“Além de todos os esforços para desenvolver um couro com o menor impacto ambiental possível, queremos avançar na economia circular de forma prática”, diz Kim Sena. O executivo informa que a Leather Labs atende diversos mercados ao redor do mundo e ressalta que as unidades produtivas da empresa têm suas práticas ambientais certificadas pelo Leather Working Group (LWG), e lançou em 2019 a Leather ID, plataforma de transparência quanto à rastreabilidade da produção de couro.
A plataforma Leather Labs também realiza a compensação ambiental de 200% das embalagens pós-consumo. Por meio de parceria firmada em 2021 com o selo Eureciclo, uma das maiores certificadoras de logística reversa do Brasil, a empresa passou a compensar o dobro de resíduos gerados por suas embalagens, em peso e material.
Já a Ornare adota uma eficiente gestão de resíduos e promove a economia circular em toda a sua cadeia produtiva. Destaca-se como a primeira marca do segmento a possuir o selo de reflorestamento do Forest Stewardship Council (FSC), validando suas práticas sustentáveis desde 2007.
A certificação internacional da madeira utilizada na produção está alinhada com a agenda ESG (Governança, Social e Ambiental) e, adicionalmente, Ornare é uma das pioneiras na obtenção da certificação do California Air Resources Board (CARB), evidenciando sua conformidade rigorosa com as diretrizes ambientais, particularmente em relação à emissão de formaldeído por painéis de madeira. Certificações essas que reforçam o compromisso da Ornare com práticas sustentáveis e ambientalmente responsáveis.
“Estamos orgulhosos de participar desse ciclo virtuoso, unindo esforços para construir um futuro mais sustentável. Além de oferecermos produtos atemporais e duráveis ao mercado internacional de decoração, nossa matéria-prima é inteligente e parte de uma cadeia produtiva completa e sustentável”, afirma Esther Schattan.
A economia circular – modelo que tem como pilares a redução, reutilização e reciclagem de materiais e energia, e também a logística reversa – vem ganhando cada vez mais adeptos no país. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil é um dos países que mais gera resíduos sólidos no mundo, cerca de 80 milhões de toneladas a cada ano, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.
Uma das cadeias produtivas que mais garantem o aproveitamento de seus subprodutos é a de proteína animal, sendo couro o principal deles. Para se ter uma ideia, o Brasil tem o maior rebanho bovino do mundo e, em 2021, a produção de couro bovino alcançou a marca de R$ 10,9 bilhões. Destaca-se, ainda, que o valor total (todos os tipos de peles) chegou a R$ 11,6 bilhões em 2021.
Segundo um estudo da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês) estima-se que a simples adoção de sistemas adequados de destinação de resíduos apresenta um potencial de mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) de 5% a 10% do total no planeta.
E a redução da geração de resíduos, juntamente com a reciclagem e a recuperação de energia podem contribuir com uma redução adicional de 5% a 10%, o que leva a um potencial total de mitigação de cerca de 20% das emissões globais de GEE.