Boi China impulsiona sustentabilidade e produtividade da pecuária brasileira
Em um marco histórico para a relação comercial entre Brasil e China, o gigante asiático liberou a habilitação de 38 novas plantas frigoríficaspara exportar carne bovina, suína e de frango
Em um marco histórico para a relação comercial entre Brasil e China, o gigante asiático liberou a habilitação de 38 novas plantas frigoríficas brasileiras para exportar carne bovina, suína e de frango.
Essa decisão, a maior do tipo já concedida pela China de uma só vez, reforça a posição do país como principal destino das exportações brasileiras de proteína animal.
A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango, importando 2,2 milhões de toneladas em 2023, com valor superior a US$ 8,2 bilhões.
Boi China é sinônimo de sustentabilidade
Com o aumento da demanda chinesa, o Brasil viu a necessidade de impulsionar a modernização de sua pecuária para atender ao padrão China, que exige animais com menos de 30 meses. O país intensificou e encurtou o ciclo produtivo do rebanho, com impactos positivos na produtividade, eficiência e qualidade da carne. E produzir com mais eficiência significa usar com mais eficiência os recursos naturais.
“O aumento da demanda por nosso gado gerou um avanço tecnológico significativo na pecuária, resultando em uma mudança na estrutura do rebanho para animais mais jovens. Isso trouxe benefícios positivos para o Brasil, pois agora estamos em condições de atender a esses pedidos. Embora possamos enfrentar algumas dificuldades em momentos de alta demanda, o Brasil está bem posicionado para enfrentar esses desafios, especialmente em relação aos padrões chineses”.
Mauricio Palma Nogueira, diretor da Athenagro, destaca que a exportação para a China também resultou em um aumento de 10% na eficiência do uso de matrizes ou fêmeas aptas à reprodução no rebanho, o que representa um ganho significativo para a pecuária brasileira.
Aplicando práticas produtivas mais eficientes, o Brasil conseguiu aumentar sua produção sem comprometer o meio ambiente..
“Nós realizamos uma revolução muito mais significativa do que todas as outras em termos de proteção ambiental. Tudo isso vem através também da eficiência tecnológica, proporcionando não apenas proteção ambiental, mas também economia de área. O Brasil é um exemplo disso, especialmente na pecuária. Nos últimos 30 anos, a pecuária brasileira evitou o desmatamento de mais de 250 milhões de hectares. Nós provamos que conseguimos produzir mais e mantendo a floresta de pé”
Para Maurício, a tendência é que as exportações brasileiras cresçam não só para a China, mas também para outros países. Ele ressalta como a eficiência é uma mola propulsora da sustentabilidade.
“A China, em 5 anos, com uma exigência simples relacionada a idade de terminação dos animais, fez uma revolução muito maior em termos de preservação do que todas as outras exigências ambientais de outros países”, finalizou ele.