Nutrição, sustentabilidade e bem-estar animal

Quanto melhor os animais forem tratados e mais constantes forem os fatores externos a que eles são expostos, menos interferência haverá na produção e mais sustentável ela será

Nutrição, sustentabilidade e bem-estar animal

A população mundial atingiu, em 2022, a marca dos 7,8 bilhões de habitantes.

Para suprir a demanda alimentar, a agroindústria aposta em tecnologia com o objetivo de aumentar a produtividade. Contudo, é cada vez maior também a preocupação das pessoas com a qualidade dos produtos, bem como com o ambiente e o tratamento dispensado aos animais. Foi assim que, há alguns anos, percebeu-se que a melhor maneira de elevar os níveis de produção com sustentabilidade é investindo em bem estar-animal.

Nesse contexto, as cadeias produtivas de proteína animal avançam e aumentam a sua rentabilidade, focando em planejamento, infraestrutura e boas práticas de manejo. O resultado disso é um produto com qualidade elevada, gerado com o mínimo desperdício e boa entrada no mercado. Mas o que é bem-estar animal e por que é importante prezar por ele? Quais são as melhores práticas que garantem o conforto e de que forma elas afetam a lucratividade do negócio?

Bem-estar animal

O bem-estar animal é, de maneira simples e objetiva, o estado em que os animais se encontram quando são fornecidas todas as condições para que eles vivam em sua zona de conforto.

Independentemente da finalidade para a qual o animal é criado, as condições são ajustadas e controladas de tal modo que, dentro das suas necessidades específicas, eles sejam capazes de produzir mais e melhor, com qualidade de vida.

Cada espécie animal tem o seu metabolismo, suas carências e sua forma de responder ao mundo que lhe cerca. Portanto, em cada sistema produtivo (suinocultura, avicultura, pecuária etc.) as circunstâncias em que elas são mantidas e o modo como são manejadas serão diferentes.

Entretanto, todas essas conjunções são construídas com base nas mesmas premissas. E foi a FAWC (Farm Animal Welfare Comittee), grupo destinado a estudar e difundir os princípios do bem-estar animal, que instituiu as suas 5 liberdades. De acordo com a teoria, os animais devem estar:

  1. livres de medo e estresse;
  2. livres de sede e fome;
  3. livres de qualquer desconforto;
  4. livres de dor, injúrias e doenças;
  5. livres para expressarem seu comportamento natural.

Uma vez entendido o conceito de bem-estar animal e que sejam aplicados os seus princípios, fica mais fácil perceber que, quanto melhor eles forem tratados e mais constantes forem os fatores externos a que eles são expostos, menos interferência haverá na produção. Ou seja, quando se mantém a ambiência da fazenda e se assegura a boa nutrição e o status sanitário aos animais, o desempenho é melhor.

As aves, os bovinos e os suínos criados hoje em dia são frutos de melhoramentos genéticos, que é o cruzamento entre linhagens para se adquirir um determinado atributo. Isso confere a eles uma maior plasticidade imunológica e fisiológica e uma grande capacidade de conversão alimentar, além de apresentarem algumas características desejadas (menor capa de gordura nos suínos, por exemplo).

Entretanto, o potencial genético dos animais só é atingido quando eles têm à sua disposição água limpa, nutrição de qualidade e adequada para cada fase do seu desenvolvimento, manejo da sua saúde e respeito ao seu comportamento natural. Isso tudo significa que garantir o conforto animal é a maneira mais certeira de produzir mais e melhor.