Produção turbinada: pecuarista aumenta produtividade e renda ao rotacionar pasto e lavoura

Para não induzir o animal a uma condição de estresse, é preciso respeitá-lo. Globalmente, a tendência é que as pessoas preocupem-se em como o alimento consumido foi produzido. O bem-estar animal e a preservação do meio ambiente cada vez mais aparecem como barreiras mercadológicas, restringindo o mercado para os fornecedores que adotam boas práticas de criação, transporte e abate. Isso exige avanços na implantação de formas sustentáveis de produção e respeito aos animais de produção.

Liga do Araguaia

Uma  propriedade rural localizada em Barra do Garça, Mato Grosso, alterou seu cenário. A pecuária passou a dividir espaço com a lavoura, pois o solo responde com mais vitalidade. Consequentemente, os animais se alimentam com plantas mais nutritivas. A justificativa disto é que o produtor rural, Jairo Machado Filho, caminha nos passos da produtividade e do cuidado com o meio ambiente.  Ele faz parte da Liga da Araguaia, união de  pecuaristas que acreditam no desenvolvimento rural sustentável e no bem-estar animal. São vários fatores que fortalecem esse time. “Nós temos aqui também um projeto de sombreamento dos pastos. Isso tudo gera bem-estar animal. Ou seja, nós estamos além de contribuir pro meio ambiente, nós estamos encurtando o ciclo de produção abatendo animais, ou seja, colocando a nossa propriedade de uma maneira sustentável. Hoje a gente aqui ao lado da Liga do Araguaia coloca a nossa fazenda assim com a meta quase que conquistada. A gente se sente sustentável no processo.”

Além do bem-estar animal e do rotacionamento de pastos, o proprietário se apoia na tecnologia para alavancar a produtividade. “Hoje nós fornecemos genética para todo o país, nosso gado é aos dois anos, ele já está parindo e aos dois anos a gente produz genética para os nossos clientes para que eles abatam esse gado aos dois anos. Esse encurtamento do ciclo pecuário, né? É de ciclo curto é uma maneira sustentável de você produzir.”

Benefícios da Sustentabilidade

A agrônoma e diretora executiva da Imaflora, Marina Piatto, explica que os benefícios não param por aí. “A gente teve agora a COP a questão do metano, que foi levantada, então você reduz a idade do abate de digestibilidade, reduz a fermentação entérica e o tempo de vida do animal no campo. Então além de tudo, além de ser economicamente rentável, ainda é amigo do clima, amigo da biodiversidade, né? Então é um ganha ganha. O produtor fazer esse sistema de alta tecnologia que a gente chama é um ganha ganha tanto de produtividade”, disse.

Situações de Estresse

De acordo com informações da Embrapa, situações de estresse para o animal de produção impactam diretamente no bem-estar e na produtividade, com redução na produção de carne e leite. Avaliar as práticas de manejo em uma fazenda é uma atitude importante para garantir qualidade de vida ao animal e ainda evitar prejuízos.

Segundo o pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), o bem-estar é um conceito amplo e depende principalmente do entendimento de estresse. “O que é o estresse? É uma condição em que o animal manifesta alterações biológicas ou comportamentais em função de um estímulo negativo recebido. Pode ser um estímulo do ambiente, por exemplo, o calor, ou do ambiente de produção, como privação à água ou acesso à água de má qualidade, períodos longos de restrição de alimentos ou procedimentos de manejo (transporte, formações de novos lotes ou desmame). São elementos que geram estresse, porque causam privação física ou angústia”, explica Garcia.

Assista o programa na íntegra: