Produtos de couro incentivam consumo consciente e economia circular
Material é utilizado há mais de 5 mil anos. Só no Brasil, indústria do couro garante a destinação correta da pele de 40 milhões de bovinos
A indústria do couro no Brasil faz parte da economia circular, um ciclo que beneficia vários outros setores. O resultado anual do cumprimento desse ciclo é a garantia de que a pele de 40 milhões de bovinos terão o destino correto. O material está presente em jaquetas, calçados, assentos de automóveis, bolsas, encadernações de livros, móveis e é um dos produtos mais antigos da humanidade. Existem registros de uso da pele de animais há mais de 5 mil anos devido à qualidade e durabilidade do material, características que resultam em menos desperdício.
De acordo com Kim Sena, diretor de sustentabilidade da JBS Couros, acredita que na moda, por exemplo, o couro contribui com o consumo consciente. “A indústria da moda, por ela passar por anos e anos de fast Fashion, dessa moda rápida, ou moda extremamente rápida, que é uma moda que se vende o descartável, hoje isso é bonito e amanhã não é mais, você acaba gerando uma indústria de consumo muito supérflua. O couro já se comunica como um material durável, que é para ficar na guarda roupa das pessoas e ele não se acaba. Ele está ali para sempre. inclusive, se a gente consegue trabalhar a nossa cultura de consumo de maneira adequada, passar de pai para filho, de mãe para filha. O couro é transgeracional”.
Além da durabilidade, o couro tem um importante papel para a economia e a geração de empregos. Segundo o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, o país conta com 244 plantas curtidoras, 2.800 indústrias de componentes para couro e calçados e 120 fábricas de máquinas e equipamentos. Um setor que gera 30 mil empregos diretos e movimenta US$ 2 bilhões a cada ano.
Impacto ambiental
Uma das maiores indústrias de processamento de couros, a JBS Couros, está investindo na criação de um centro de pesquisa, o Biomat, em Milão, na Itália. o complexo que vai apoiar o conhecimento sobre sustentabilidade de biomateriais, considerando o processo do início ao fim. Para isso, a companhia anunciou um aporte de 40 mil euros no projeto. que vai ser gerenciado pela Spin 360, consultoria especializada em modelos de negócios sustentáveis.
“A gente criou esse ano, foi anunciado recentemente, um Centro de Competência de Biomateriais. A ideia desse Centro é, depois do aprendizado que a gente teve no trabalho dos últimos anos, atacar o que importa. Então produtos químicos, se engajar com a cadeia da pecuária, então a gente trabalhar isso de uma maneira que a gente consiga reunir informações da academia, informações científicas, para que a gente consiga fundamentar nosso trabalho”, explica Kim.
O objetivo do novo centro de pesquisas é ter conhecimento sobre os impactos ambientais na cadeia de biomateriais, incluindo o couro, e estabelecer melhores práticas produtivas.
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