Projeto melhora renda e capacita pequenos produtores da Amazônia
Fundo JBS pela Amazônia apoia atividades que associam restauração florestal e desenvolvimento econômico
Vidas modificadas com atividades econômicas realizadas de forma sustentável e racional na Amazônia. Esse é o resultado dos projetos desenvolvidos pelo Fundo JBS pela Amazônia, associação sem fins lucrativos com o objetivo de fomentar e financiar iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável do bioma amazônico.
O Fundo apoia ações em três frentes: conservação e restauração da floresta; desenvolvimento socioeconômico das comunidades; e desenvolvimento científico e tecnológico.
Um dos projetos apoiados pelo Fundo é o Restaura Amazônia, que incentiva 1.500 famílias de pequenos agricultores com aumento de renda em 30%, além de promover a restauração da floresta e a redução das emissões de carbono.
O projeto acontece no estado do Pará, mais precisamente nos municípios de Novo Repartimento, Pacajá, Anapu e Altamira, em parceria com a Instituição Soledad e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Por meio da implantação de boas práticas na agricultura e pecuária, através de assistência técnica e extensão, o projeto já promoveu melhorias diretas em três mil hectares de terra, com restauração de 1.500 hectares de pastagens degradadas, implantação de sistemas agroflorestais de cacau, aumento de produtividade da pecuária e fomento a negócios de assistência técnica e capacitação de associações e cooperativas locais.
“O Restaura Amazônia, que é um projeto realmente forte com um investimento alto há cinco anos, está beneficiando nesse momento 1.500 famílias. A gente vai criar um sistema agroflorestal baseado em cacau, pecuária e floresta, e depois a gente quer escalar isso, porque quando a gente olha, 80% hoje são pequenos produtores, no caso do cacau. E aí vem a grande oportunidade, porque a gente está no arco do desmatamento, a gente elegeu algumas cidades da Transamazônica, que é no Pará, e aí se a gente falar tem 10 mil famílias aí prontas pra ser candidatas. Então o que a gente precisa fazer é aprender, aplicar o conceito e depois escalar isso pra frente. Então o começo são quatro mil famílias, daqui a pouco a gente está falando de muito mais”, fala Joanita Maestri Karoleski, presidente do Fundo JBS pela Amazônia, sobre as aspirações do projeto.
O cacau de um dos pequenos agricultores que participa do Restaura Amazônia teve seu produto reconhecido internacionalmente em outubro de 2021. No Salão do Chocolate, o cacau plantado pelo produtor rural Evangelista se destacou e entrou para a lista dos 50 melhores do mundo. Incentivando ações como essas, o programa associa o aumento de renda à restauração da floresta. É a sustentabilidade garantindo mudança de vida e melhores condições sociais para os produtores.
Confira a matéria na íntegra:
Incentivo a bioeconomia
Os pequenos produtores que trabalham com cacau na Amazônia já estão na atividade há algum tempo, mas com o Restaura Amazônia o cultivo do fruto vem se expandindo e incentivando a bioeconomia na região. “Já tem um tempo que alguns produtores se aventuraram no cacau, 84% dos produtores de cacau dessa região são pequenos produtores, então já tem tempos que estão aqui. Mas agora, de fato, está ganhando escala, eles estão recebendo mais assistência técnica. (…) Muita gente não se aventura porque não é uma atividade tão simples, você precisa ter uma boa semente, fazer a muda, você precisa ter as essências nativas para plantar, você tem também algumas plantas, como mandioca, banana, que serve para dar segurança alimentar e para gerar renda nos primeiros anos, porque o cacau só começa a produzir no terceiro ano, a gerar renda. Mas o que a gente tem visto através dos nossos parceiros que estão lá na ponta é que mais gente está aderindo a esse modelo mais e mais”, conta Andrea Azevedo, que é diretora do Fundo JBS pela Amazônia.
De acordo com ela, o cultivo do cacau vem crescendo na Amazônia devido a uma necessidade do mercado também. “Tem demanda, a indústria de cacau precisa de cacau, hoje ela importa da África e em situações sociais e ambientais muito ruins. Então o cacau produzido na Amazônia é um cacau diferenciado, porque o cacau produzido na floresta está gerando renda para a agricultura familiar, então tem um impacto social muito grande e as indústrias querem isso. E, além disso, essa região específica desse projeto tem um cacau de altíssima qualidade, uma amêndoa de altíssima qualidade, e isso faz com que uma parte desse cacau tenha um valor ainda maior”, afirma Andrea.
A atividade pecuária também tem espaço junto ao cultivo do cacau e o projeto incentiva que a atividade aconteça em equilíbrio com a preservação ambiental. “A pecuária, normalmente, lá [onde o projeto acontece] tem lotes de 50 hectares, metade aberto e metade de floresta, então tem bastante floresta ainda. A ideia é que cada produtor, quando ele entra, assina um compromisso de não desmatar mais a sua área, porque lá tem um crescimento de desmatamento anual de 3 a 4%, e uma parte do lote dele a gente trabalha nas boas práticas da pecuária. E [também] em uma parte intensifica, são mais ou menos cinco hectares de intensificação, o que aumenta a produtividade em cinco vezes, nesse caso que é bem baixa, e em uma parte do lote de até cinco hectares. A gente trabalha com sistema agroflorestal de cacau, o cacau ele vai junto com outras espécies nativas, então ele tem uma dupla função: aumentar a renda, compor essa renda da propriedade junto com a pecuária e também servir de conformidade com o código florestal para aqueles que têm algum passivo”, detalha Andrea Azevedo.
Confira a entrevista de Andrea Azevedo falando sobre o projeto Restaura Amazônia no programa Planeta Campo: