Clima traz prejuízos aos produtores de feijão; produção será 11,4% menor
Os impactos climáticos já trazem prejuízos aos produtores de feijão. A safra 2020/2021 pode ser 11,4% menor que a anterior. No interior de São Paulo, a lavoura de feijão do produtor rural José Ângelo Cavalmoretti passou por seca e geada há um mês. Agora, o milho cresce bonito e gera alívio ao agricultor. Segundo ele, […]
Os impactos climáticos já trazem prejuízos aos produtores de feijão. A safra 2020/2021 pode ser 11,4% menor que a anterior. No interior de São Paulo, a lavoura de feijão do produtor rural José Ângelo Cavalmoretti passou por seca e geada há um mês. Agora, o milho cresce bonito e gera alívio ao agricultor.
Segundo ele, há uma grande preocupação com a seca. “Existe uma a falta de água para irrigação. Há 40 anos não víamos uma geada assim. Conseguimos salvar o feijão mais velho. A qualidade não ficou boa, ficou ruim. Mas os mais novos que estavam em florada, esse perdeu inteiro. Foi perda total”, destacou. Cavalmoretti lamentou o grande prejuízo, estimado em 3.500 reais por hectare.
Cavalmoretti lembra que a força das últimas geadas surpreendeu a todos. “A gente tomou alguns cuidados para minimizá-a, mas ela veio tão forte que nenhum dos cuidados que a gente tomou deu resultado”, disse.
Prejuízos
De acordo com a companhia nacional de abastecimento, a Conab, a estimativa é de que a produção brasileira de feijão vai ser reduzida.
Para Luiz Antolin, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), a imprevisibilidade e a necessidade desse alimento justificam a produção em diferentes safras.
Várias safras
O feijão é uma cultura responsável por ser fonte de proteína principalmente para as pessoas em condições mais vulneráveis. Antolin explicou que ela está concentrada em três safras. “Isso permite que os preços ao longo do ano fiquem mais equilibrados. Assim, você não tem uma variação de preços na gôndola, na hora em que a pessoa vai lá no supermercado comprar”, disse.
Sustentabilidade
Os problemas climáticos já são uma realidade para os produtores. Mas, diante desta realidade, qual a melhor forma para enfrentá-la? Na opinião do pesquisador da Esalq, Luiz Antolin, seria primordial mais investimentos na área da pesquisa. “Mais investimentos em pesquisa para adaptação desses cultivos, principalmente os que são mais próximos da população, pois representam uma fonte de proteína barata. Esses cultivos são importantes para a população”, finalizou.