Alga marinha é nova aposta para reduzir metano na pecuária
Projeto apoiado por Bill Gates está em testes no Brasil por meio da Universidade Estadual de São Paulo
O uso de alga marinha vermelha para a redução das emissões de metano dos bovinos parece algo improvável, mas começou a ser pesquisado por uma startup australiana e já chegou ao Brasil com resultados promissores.
O estudo recebeu aporte financeiro do empresário Bill Gates, cofundador da maior empresa de softwares do mundo, a Microsoft. O empresário é conhecido pela forte atuação em causas humanitárias e climáticas.
Testes no Brasil
O ingrediente está sendo testado em laboratório no Brasil como suplemento alimentar na dieta dos animais criados à pasto por meio da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). O objetivo é verificar a eficácia da solução com algas marinhas na pecuária extensiva.
De acordo com Ricardo Reis, professor na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, no Campus de Jaboticabal da Unesp, os resultados já são promissores. “Esse produto tem um efeito de inibição de produção de metano muito acentuado que, de acordo com o que já foi analisado em estudos com animais, pode chegar a até 60%” explica o pesquisador.
Cumprimento de acordos
Um dos principais compromissos assumidos durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), foi a mitigação de 50% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030.
Para que isso ocorra, a pecuária e a indústria trabalham em tecnologias que apoiem a diminuição do metano, produzido naturalmente na digestão dos bovinos.
Uma das principais estratégias são os aditivos alimentares para o gado, que adicionados à dieta dos animais têm o potencial de melhorar a fermentação ruminal e reduzir as emissões.
Neste sentido, a pesquisa desenvolvida pela australiana Rumin8 em parceria com a universidade brasileira, deve apoiar pecuaristas a alcançar rentabilidade maior em uma produção com manejo de baixa emissão.