Pecuária sustentável avança em Mato Grosso com apoio do IMAC
Uma das iniciativas é o “Passaporte Verde”, que deve facilitar a venda das carnes abatidas em Mato Grosso para qualquer lugar do mundo
“Pecuária sustentável é a gente conseguir continuar produzindo alimentos, carne, para todos, para sempre.” Essa é a visão de sustentabilidade apresentada por Caio Penido, presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC) e importante estrategista da pecuária brasileira.
Para o produtor rural, a sustentabilidade abrange um conceito de algo perene, que garante que as gerações futuras terão acesso à carne. “Não adianta ser uma coisa extrativista[…], vamos produzir de uma forma com biodiversidade, com baixas emissões, para que isso seja uma atividade perpétua e garanta a alimentação para todos. Acho que esse é o nosso desafio”, comenta Penido.
O estado de Mato Grosso busca superar este desafio com investimentos em tecnologias de manejo para a pecuária. Criado em 2016, O IMAC tem apoiado os pecuaristas da região a desenvolver a atividade de forma sustentável e promove a carne mato-grossense.
Penido analisa que há interesse por parte do pecuarista de Mato Grosso em dialogar e buscar soluções. “Quem melhor pode criar essas soluções é o próprio pecuarista, o governo de MT, as indústrias frigoríficas que, no caso, são os três pilares formadores do IMAC. É uma mesa de soluções, de promoção da carne de Mato Grosso, que ao mesmo tempo tenta solucionar os pontos mais questionados.”
Impacto Nacional
O valor bruto da produção agropecuária de MT representa 17% do Valor Bruto da Produção nacional (VBP), que totalizou R$ 1,189 trilhão em 2022. Assim, o estado segue no topo do ranking nacional de produção agropecuária, à frente de São Paulo (12%), Paraná (11,7%), Minas Gerais (11,1%) e Goiás (9%).
Em 2022, a contribuição somente da bovinocultura para o VBP do estado foi de quase R$ 25 bilhões.
Com isso, o setor superou as contribuições da produção de frangos, leites e suínos, por exemplo.
Soluções
Uma das iniciativas do estado para a pecuária é o Passaporte Verde. O projeto é uma estratégia pactuada entre o setor produtivo e público para eliminar o desmatamento ilegal de propriedades pecuárias,
valorizar a biodiversidade, melhorar o balanço de emissões gases de efeito estufa e garantir a inclusão social de pequenos e médios pecuaristas.
“Estamos buscando soluções imediatas mais pragmáticas e mais rápidas. O que pode ser, nesse caso, a verificação privada dos abates. Então é um pouco isso que a gente tá querendo: nesse abate dar esse passaporte verde para a carne que atende os quesitos fundiários, ambientais, trabalhistas e sanitários. Assim, também queremos estimular a qualidade e um padrão na carne de Mato Grosso”, diz Penido.