Usina de compostagem com resíduos de esgotos de Campinas gera fertilizantes orgânicos

A iniciativa sustentável é capaz de transformar lodo de esgoto em fertilizantes orgânicos.

Em uma área de 164 mil metros quadrados, dentro da Fazenda Santa Elisa, onde fica o Instituto Agronômico de Campinas, está instalada a usina de compostagem campineira, primeira neste molde no Brasil.

A iniciativa sustentável é capaz de transformar lodo de esgoto em fertilizantes orgânicos.

Alexandre Gonçalves, Diretor departamento de limpeza urbana de Campinas explica como funciona. “Esses resíduos vem principalmente da SANASA [Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento], que é o lodo de esgoto, o subproduto de todo o efluente sanitário gerado pela cidade. Ele é tratado e gera como subproduto esse lodo que é trazido para a Usina Verde. Todo resíduo de manutenção de área verde também é trazido pra cá, misturado e forma o que chamamos de torta biológica que vai passar pelo processo de compostagem.”

O produto final deste processo é o composto orgânico, que já possui registro do Ministério da Agricultura e Pecuária para comercialização.

Método antigo e consolidado

A compostagem é conhecida pelos agricultores desde longa data. existem registros de 2000 anos na china e várias referências históricas sobre as práticas no solo.

“Compostagem é um processo milenar que surgiu da observação dos agricultores na hora que juntavam um pouco de folha ao redor de uma planta, ela crescia mais. Eles começaram a notar que esse material decompunha e liberava nitrogênio, retinha água no solo e trazia uma série de benefícios” conta Ronaldo Severiano Berton, Consultor da Prefeitura de Campinas. 

Nessa compostagem os microrganismos mortos se tornam uma matéria orgânica que é absorvida pelas plantas e acaba carregando outros micronutrientes que vem do próprio esgoto. Então, o produto final é um fertilizante orgânico ou condicionador do solo o que pode ser colocado um campo para substituírem a fertilização mineral.

A Usina

Atualmente a usina processa cerca de 100 toneladas de resíduos diariamente, o que gera 30 toneladas de adubos. Isso traz para o município uma economia de 1 milhão de reais. O projeto conta com parcerias de várias instituições como Instituto Agronômico de Campinas.

“O IAC  além de ter cedido a área da fazenda para parte da compostagem, nós pesquisadores damos toda consultoria que precisa para o pessoal da SANASA para garantia que o processo está sendo eficiente e levando a qualidade do composto aonde precisa estar. Fazemos análise microbiológica, física e química do composto final e dos insumos que são colocados na compostagem para atender as normas da CETESB e do mapa” comenta Aline Renee Coscione, pesquisadora do IAC.

No momento, são 50 mil toneladas de adubo armazenadas e prontas para serem comercializadas. Um edital de licitação está sendo preparado para que o composto seja vendido a uma empresa.