Sistema Plantio Direto ajuda a aumentar a produtividade agrícola reduzindo emissões
Em um momento em que se pensa cada vez mais em alternativas sustentáveis para aumentar a produtividade agrícola, e também pensando na redução da emissão de carbono na atmosfera, o Sistema Plantio Direto aparece como uma dessas soluções, que até aparece no Plano ABC+
Em um momento em que se pensa cada vez mais em alternativas sustentáveis para aumentar a produtividade agrícola, e também pensando na redução da emissão de carbono na atmosfera, o Sistema Plantio Direto aparece como uma dessas soluções, que até aparece no Plano ABC+, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O Planeta Campo conversou com Pedro Freitas, pesquisador da Embrapa Solos.
O Sistema Plantio Direto
Freitas lembra que o Sistema Plantio Direto começou a ser pensado no Brasil há mais de 50 anos como uma forma de tentar reduzir a erosão do solo na cidade paranaense de Rolândia.
A partir daí houve uma grande integração tecnológica e uma análise tendo como foco o produtor rural.
“Começamos a perceber que não bastava só cuidar do solo. Esse solo precisava ficar coberto por todo o período, com plantas crescendo, enraizando. Depois, isso também não se mostrou suficiente. Era necessário fazer uma rotação de cultivos. Hoje, entendemos que com isso conseguimos a sustentabilidade”, explica.
Um processo de conhecimento
Esse conhecimento que o Sistema Plantio Direto trouxe ao avançar dos anos permitiu que não só os grãos poderiam ser cultivados desta forma. Cana, açúcar, até chegar a pecuária.
Foi a partir daí, como lembra o pesquisador da Embrapa, que foi criado o conceito Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).
E, como ressalta Pedro Freitas, o Sistema Plantio Direto não precisa ser necessariamente feito por grandes agricultores. Pequenos e médios também conseguem desenvolver o sistema.
Redução da emissão de carbono
Pedro Freitas explica que o sequestro de carbono é possível a partir do momento em que as raízes se desenvolvem.
“As plantas produzem, na fotossíntese, o dióxido de carbono. Mas, quando você tem uma cobertura de vegetação com essas raízes desenvolvidas, o carbono é sequestrado por elas e mantido no solo. É assim que conseguimos reduzir a emissão”, afirma.
Apesar de parecer que o solo seja prejudicado com isso, o pesquisador diz que é exatamente o contrário: fica sadio e com desenvolvimento biológico constante.
O produtor tem que ter atenção
O único problema observado pelo pesquisador é quando o sistema de plantio direto não é bem feito ou montado apenas pela metade.
Ele afirma que existem três princípios que devem ser seguidos:
- desenvolvimento do solo
- cobertura permanente
- rotação plurianual
“Se eu escapar de um desses princípios, eu tenho um problema. É extremamente necessário um desenho de todos esse projeto. Se isso não acontece, as ervas daninhas podem se espalhar, aí demanda mais uso de fertilizantes, o que causa o efeito contrário do que queremos com o Sistema Plantio Direto“, detalha.