47% dos investidores do agro reconsideram investimentos com base em riscos climáticos
As transformações nos padrões de temperatura e clima são os principais riscos que podem impactar, diretamente, a produtividade do agronegócio
As transformações nos padrões de temperatura e clima são os principais riscos que podem impactar, diretamente, a produtividade do agronegócio.
A constatação é da Ernest&Young, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, que ouviu donos, CEOs e acionistas de empresas do setor. O estudo ‘Top 10 riscos e oportunidades para o agro”, mostra a importância do Cone Sul, formado por Brasil, Argentina e Chile nesse cenário.
“Isso mostra a preocupação do setor. Mostra que todos esses eventos que a gente vem vivenciando ao longo dos anos e está enfrentando, seja por aquecimento global ou demais mudanças causadas por regime de chuvas ou de temperatura, vem realmente afetando as empresas e tornando necessário que se façam decisões para mitigar esses riscos”, comenta o executivo Alexandre Rangel, sócio líder de consultoria para o setor de agronegócios da EY América Latina Sul.
De acordo com a pesquisa divulgada pela EY, 47% dos investidores do setor reconsiderariam o investimento com base nos riscos climáticos.
Para se ter uma gestão ativa diante desse fato, a consultoria indica que o constante gerenciamento, observação do mercado e das oportunidades que a gestão dos riscos climáticos pode trazer em oportunidade competitiva.
A prevenção torna risco em oportunidade
Os extremos climáticos impactam não só na produtividade mas, também, nos movimentos financeiros como, por exemplo, investimentos de empresas, bancos e demais entidades para crédito rural.
Contudo, o mundo Agro tem capacidade de se preparar para evitar perdas. “Há décadas sabemos que o setor trabalha com riscos, mas hoje em temos fatores novos que exigem uma resposta com tecnologia de processos diferentes”, aponta Rangel.
O investimento em tecnologias é apontado pela consultoria como oportunidade. Para o executivo, “investir ou não em irrigação, melhoramento genético, cultivares que são mais resistentes ou não a seca ou frio, são fatores que as empresas, analisando as mudanças climáticas, tomam decisões de investimento ou ampliação de produção.”
Investimento verde
Começa a despontar no setor o investimento forte em crédito com Selo Verde, ligados a medição de carbono e demais práticas de sustentabilidade, o que acaba criando um ciclo que impulsiona essas mudanças.
“Os créditos verdes hoje pode ser uma grande oportunidade para os produtores que já embarcaram numa agenda de ESG e tem como provar que fazem parte de uma agenda sustentável”, avalia Rangel.