Agro está à frente dos demais setores na conservação ambiental

Pesquisa revelou que 43% dos executivos do agronegócio disseram que suas empresas têm metas de corte nas emissões de gases de efeito estufa

Agro está à frente dos demais setores na conservação ambiental

A meta de redução das emissões de gases do efeito estufa já aparece com mais frequência nas estratégias de longo prazo das companhias do agro brasileiras do que no conjunto de empresas de todos os setores, segundo pesquisa da consultoria PwC. Nesse aspecto dos esforços de conservação ambiental, social e de boa governança (ESG, na sigla em inglês), o agro mostra-se em estágio mais avançado do que a média das empresas do Brasil e do exterior, a julgar pela pesquisa, ainda que as nuances das respostas sejam igualmente relevantes.

Entre os executivos do agro, 43% disseram que as metas de corte nas emissões de gases do efeito estufa compõem o planejamento estratégico de suas empresas. Em termos proporcionais, esse contingente é maior do que o que se detectou no universo total de empresas do país (31%) e também que a média global (37%).

Em participação no programa Planeta Campo, Maurício Moraes, que é sócio da PwC, disse que o estudo reuniu 4.400 participações de presidentes e CEO’s das empresas e explicou porque acredita que o agronegócio saiu na frente dos demais setores. “O agro, naturalmente, é um pouco mais reativo a essa questão por conta de ser um setor da nossa economia extremamente exportador, que está conectado às questões do clima e com a responsabilidade que o nosso agro tem em alimentar o mundo. Então cada vez mais os consumidores, os investidores estão questionando as empresas tentando saber quais são os planos, o que estão fazendo com todo o contexto que envolve a emissão de gases e em outros temas também, como responsabilidade social, temas ligados ao ESG. Então o agro naturalmente se destaca porque ele já vem fazendo um grande trabalho nesse setor. E com toda a importância que o consumidor e que os investidores estão dando para esse tema elevou ainda mais o compromisso do agronegócio e de todas as outras empresas também, mas o agro está à frente dessas questões que eu comentei”.

Confira o programa Planeta Campo com a participação de Maurício Moraes:

A PwC também fez perguntas sobre outros esforços de sustentabilidade – e, nessas, o agro não apareceu em destaque tão evidente. No setor, 33% disseram ter metas de representação de gênero em sua estratégia de longo prazo, fatia menor que a do total nacional (42%) e inferior também à média global (38%). Em outra das perguntas, também 33% das companhias do agro disseram ter metas de representação de raça e etnia, fatia um pouco menor que a média nacional, de 36%.

Brasil como destaque

O agro do Brasil apareceu com destaque nas iniciativas de combate a emissões, mas os casos de remuneração dos executivos atreladas a metas de sustentabilidade continuam a ser exceção. Dos líderes empresariais do setor que a PwC ouviu, apenas 13% disseram que o cálculo de sua remuneração variável (bônus anual ou plano de incentivos de longo prazo) inclui também o cumprimento de objetivos de corte de emissões. A fatia é idêntica à das empresas globais que adotam esse item em seus pacotes de remuneração e quase igual à média no país, de 12%.

Esse dado não é mero detalhe estatístico, já que a remuneração variável muitas vezes representa a maior parte do pagamento que os executivos de alto escalão recebem. Além do mais, não incluir as metas de sustentabilidade não deixa de ser, de algum modo, uma sutil confissão de prioridades. Apenas para efeito de comparação, dos executivos do agro consultados, 33% afirmaram ter métricas de satisfação do cliente – um indicador de negócios – como parte de sua remuneração variável. Nenhum dos itens de sustentabilidade apareceu no levantamento com tanto prestígio.

 

Fonte: com informações da PwC