Biofábrica on farm auxilia no aumento da produtividade em fazenda de MT

Os produtos fabricados custam, em média, 7 vezes menos do que as soluções químicas disponíveis no mercado.

Biofábrica on farm auxilia no aumento da produtividade em fazenda de MT

A demanda por insumos biológicos, ou bioinsumos, tem crescido no Brasil seguindo uma tendência mundial. Recentemente, observa-se aumento do interesse pela produção desses materiais nas propriedades agrícolas para uso próprio, também conhecida como produção on-farm.

Para se ter uma ideia, de acordo com estimativas da CropLife Brasil, associação que reúne especialistas, instituições e empresas que atuam na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para o Agro, o mercado de biodefensivos movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão no país em 2020. Somente com a cultura da soja, estima-se uma economia anual que supera US$ 15 bilhões pelo uso da fixação biológica de nitrogênio.

Segundo a Embrapa, há indicativos de que a prática de biofábricas é intensa em propriedades produtoras de grãos da região Centro-Oeste e em Minas Gerais. No Sul, essa prática é de maior frequência no Paraná, expandindo-se mais recentemente para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Nordeste, destaca-se o avanço em pomares de frutas da região de Petrolina/Juazeiro, chegando fortemente à região chamada Matopiba, que envolve também o estado do Tocantins.

Fazenda Paiaguás

Um dos exemplos mais expressivos de biofábricas está na fazenda Paiaguás. A propriedade produz de bioinsumos em sua propriedade. O Rafael Belle é gerente do local,  que fica no médio-norte mato-grossense. Na última safra, a produção de grãos superou os 63 mil hectares de áreas plantadas. 

Belle explica que, como a expectativa é de crescimento, a implantação de uma biofábrica on farm no local ajudou a suprir uma demanda crescente e um apelo por uma produção mais sustentável, com foco na diminuição do uso de químicos.  “Existem no grupo outras 12 unidades de biofábricas on farm como a da fazenda Paiaguás. Para o futuro, a liderança da SLC planeja implantá-la em todas as 24 existentes”, explicou. 

Jessica Cavalcanti, analista da biofábrica, afirma que o manejo biológico de pragas traz benefícios ambientais e econômicos significativos. “Na fazenda, a biofábrica teve início em 2019. As atividades tiveram início em um   container com capacidade de produzir 6 mil litros por dia (quando a gente produzia bionematicidas) e 12 mil litros de bioinseticidas”, lembrou. 

A fazenda garante a produção de 28.000 litros  por dia  de bionematicidas. “Quando pensamos nos bioinseticidas, a gente consegue fazer por semana um total de 56 mil litros  para o manejo de lagartas percevejos na soja e algodão”, completou. 

Atualmente, o projeto piloto foi expandido e a fazenda ganhou mais 10 tanques. Os produtos fabricados custam, em média, 7 vezes menos do que as soluções químicas disponíveis no mercado. A eficiência dos bioinsumos também pode chegar a 80% na maioria dos casos.

Assista a matéria na íntegra:

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