FEM: Brasil se destaca em sustentabilidade, mas precisa melhorar em inovação e inclusão
De acordo com pesquisa do Fórum Econômico Mundial, o Brasil, com nota 55,99 em sustentabilidade, ficou atrás apenas de países como República do Chade (63,78), Jordânia (61,8) e Zimbábue (59,98)
O Brasil ficou acima da média global em relação às ações em sustentabilidade, segundo o relatório “Futuro do Crescimento”, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O documento avalia o crescimento econômico dos países considerando o PIB per capita e indicadores reunidos em quatro áreas: inclusão, sustentabilidade, resiliência e inovação.
O Brasil, com nota 55,99 em sustentabilidade, ficou atrás apenas de países como República do Chade (63,78), Jordânia (61,8) e Zimbábue (59,98). A média global é 46,8.
O resultado demonstra que o País tem apresentado projetos para perseguir um crescimento econômico significativo no longo prazo, embora alguns aspectos ainda sejam insuficientes para um crescimento robusto.
O país se destacou positivamente em recursos hídricos e produção agrícola, ambos com nota 100. No entanto, se destacou negativamente em barreiras de inclusão, com apontamentos da necessidade de maior distribuição de riqueza, renda e acesso a serviços financeiros. Além disso, marcou zero em igualdade econômica e em termos de polarização política.
Em relação à inovação, o Brasil ficou abaixo da média global, com nota 41,8. A falta de investimentos na área é a principal trava para o país conseguir um crescimento econômico relevante no longo prazo.
“O Brasil aparece com um resultado mediano (na pesquisa), insuficiente para garantir o crescimento econômico robusto no futuro”, afirma o diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC) e um dos responsáveis pela avaliação do Brasil no estudo, Hugo Tadeu.
“Esses resultados devem ser aprimorados, por meio de políticas públicas e estratégias organizacionais, para potencializar o crescimento sustentável diante de novas tendências emergentes”, afirmou Tadeu.
O estudo aponta que o Brasil tem potencial para liderar a discussão mundial sobre bioeconomia nos próximos anos. O país tem uma ampla biodiversidade e uma tradição agrícola forte, que podem ser aproveitadas para desenvolver novas tecnologias e produtos sustentáveis.
“O Brasil tem um papel importante a desempenhar na bioeconomia global, com seu potencial de produção de biocombustíveis, biomateriais e biofármacos”, afirma Tadeu.
O relatório “Futuro do Crescimento” é uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial para promover uma discussão global sobre o crescimento econômico sustentável. O documento foi lançado no dia 24 de janeiro de 2024.
Por Estadão Conteúdo