Consórcio de cultura: prática que melhora o aproveitamento a longo prazo do solo
Técnica auxilia no controle de plantas daninhas e promove uma excelente cobertura viva e morta do solo, durante o maior período de tempo possível.
Uma prática antiga e muito eficaz. O consórcios de culturas é praticado há séculos, sobretudo por pequenos produtores das regiões tropicais, na tentativa de ter o máximo de rendimento da terra e da planta.
De acordo com a Embrapa, por definição, a prática é caracterizada pela maximização de espaço mediante o cultivo simultâneo, num mesmo local, de duas ou mais espécies com diferentes características quanto à sua arquitetura vegetal, hábitos de crescimento e fisiologia.
As plantas podem ser plantadas ao mesmo tempo ou terem épocas de implantação diferentes, mas compartilham dos mesmos recursos ambientais durante grande parte de seus ciclos de vida, fato que leva a forte interatividade entre as espécies consorciadas e entre elas e o ambiente.
Essa técnica é extremamente interessante especialmente quando se quer maximizar o aproveitamento da água disponível no solo ou do período chuvoso, tornando-se fundamental em regiões do Brasil onde, ao longo do ano, ocorrem duas épocas bem distintas, uma chuvosa e outra seca (que pode durar até 6 meses).
Exemplo
Na cidade de Bocaina, interior de São Paulo, a noz de macadâmia divide espaço com o café. O produtor rural Edwin Monte Negro faz uso de consórcio com as duas culturas e tem conquistado bons resultados com o manejo. “Nós começamos a fazer o consórcio de café com macadâmia em 2005, buscando uma alternativa de sustentabilidade para propriedade onde duas culturas se completam. Seja do ponto de vista agrícola ,ou do ponto de vista operacional, o sistema é produtivo”, disse.
A produtividade da lavoura é de 3.000 quilos de noz por hectares. isso graças a vários fatores como: biodiversidade, técnica de manejo e bioinsumos. “O consórcio de cultura acontece quando duas plantas ou duas atividades agrícolas distintas se complementam. O importante é que as duas utilizem o mesmo sistema produtivo, os mesmos adubos, os mesmos implementos, Assim, conseguimos uma redução de custo”, explicou.
Importância
Compondo o Sistema Plantio Direto (SPD), a consorciação de culturas auxilia no controle de plantas daninhas, além de promover uma excelente cobertura viva e morta do solo, durante o maior período de tempo possível.
Para o produtor rural, o consórcio de cultura é um manejo sustentável porque proporciona um melhor aproveitamento do solo a longo prazo. “Para estabelecer qual espécie pode dividir espaço com outra, é preciso a ajuda de um especialista. essa determinação é importante para o solo e para os negócios”, comentou. Aqui, a escolha foi resultado de um trabalho científico. Ele publicou essa técnica, nós simplesmente tomamos conhecimento dessa pesquisa muito importante. A partir daí, seguimos os passos que foram recomendados”, comentou.