Pesquisadora da Embrapa ganha prêmio por tecnologias sustentáveis para piscicultura
É a terceira vez que a Embrapa Amazônia Ocidental tem profissionais agraciados com esse prêmio
Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan, da Embrapa Amazônia Ocidental, foi agraciada com o Prêmio Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente de 2023, na categoria Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Região Amazônica.
O trabalho vencedor, “Desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para o avanço da piscicultura nativa da Amazônia”, se baseia no conhecimento da biologia reprodutiva e fisiologia de tambaqui, matrinxã e pirarucu, para aprimoramento das tecnologias de produção.
Recentemente, a Embrapa lançou dois ativos tecnológicos com potencial de impacto imediato na atividade: o uso repetitivo de matrizes de tambaqui e matrinxã, e a sexagem molecular de tambaqui e pirarucu.
Pesquisa
O primeiro ativo permite que as reprodutoras sejam utilizadas mais de uma vez por ano, aumentando a produção de juvenis.
“Se antes cada fêmea era utilizada uma única vez por ano, agora o produtor consegue ao menos triplicar a produção de larvas de tambaqui e duplicar de matrinxã, com o mesmo número de fêmeas no plantel”, informa a pesquisadora.
O segundo ativo atende a uma antiga demanda do setor: a identificação de machos e fêmeas de pirarucu, um dos grandes gargalos da cadeia.
A sexagem molecular, que pode ser realizada ainda em peixes jovens, permite a identificação correta dos machos e fêmeas do plantel, evitando perdas econômicas devido à formação equivocada de casais.
Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan é pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, atuando na Embrapa Pesca e Aquicultura em Palmas, capital do Tocantins.
Ela possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2000), mestrado em Reprodução Animal pela Universidade Federal de Viçosa (2003) e doutorado em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (2007).
Realizou pós-doutorados no grupo de Biologia do Desenvolvimento na Universidade de Utrecht, na Holanda, e no Instituto de Pesquisa Marinha da Noruega.
É a terceira vez que a Embrapa Amazônia Ocidental tem profissionais agraciados com esse prêmio. No ano passado, o trabalho
“Alternativas para o controle da sigatoka-negra da bananeira na Amazônia”, de autoria do pesquisador Luadir Gasparotto, venceu na mesma categoria. Em 2010, a pesquisadora Joanne Régis foi premiada na categoria Ambiental, Sustentabilidade para Pequenas Propriedades Agrícolas em Condições Amazônicas.
A pesquisa da Embrapa tem o potencial de contribuir para o desenvolvimento sustentável da piscicultura nativa na Amazônia, aumentando a produção e a produtividade, e gerando renda para os produtores.