Fundo do Clima terá R$ 10 bilhões para financiar projetos sustentáveis
O aporte será destinado à linha de financiamento reembolsável do Fundo Clima, gerida pelo BNDES, e parte dos recursos será obtida por meio da emissão de títulos sustentáveis
O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima receberá um aporte substancial de R$ 10 bilhões para financiar projetos que promovam o desenvolvimento sustentável no Brasil.
Essa iniciativa é parte do esforço do país em atender às metas estabelecidas no acordo de Paris e enfrentar os desafios relacionados às mudanças climáticas.
Estratégia de financiamento do clima
A maior parte do aporte será destinada à linha de financiamento reembolsável do Fundo Clima, que é administrada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Uma parte dos recursos será obtida por meio da emissão de títulos sustentáveis, um mecanismo inovador que visa captar recursos financeiros de forma alinhada com objetivos ambientais.
Atualmente, o Fundo tem carteira de mais de R$ 2 bilhões em crédito já contratado pelo BNDES.
Cumprindo metas do Acordo de Paris
O aporte financeiro do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima é uma estratégia para auxiliar o Brasil no cumprimento das metas estabelecidas no acordo de Paris.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que esses recursos contribuirão para que o país não apenas mitigue e se adapte às mudanças climáticas, mas também transforme sua base econômica, social e cultural em prol do desenvolvimento sustentável.
“O objetivo é enfrentar o problema da mudança do clima e ao mesmo tempo enfrentar as desigualdades. Para que a gente possa sair da lógica de apenas mitigar e adaptar mas também transformar as bases econômicas sociais e culturais do modelo de desenvolvimento vigente”, disse Marina.
Áreas de atuação e taxas de juros
O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima atuará em diversas áreas, incluindo desenvolvimento urbano resiliente e sustentável, indústria verde, logística de transporte sustentável, transição energética, florestas nativas, recursos hídricos e inovação verde.
As taxas de juros para cada uma das linhas de financiamento serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
“O Brasil tem todas as condições de liderar a agenda do combate à crise climática e da transformação ambiental e ecológica, mas não tem recursos para promover essa transformação e capacidade de investimento”, disse o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante.
Ampliação do Comitê Gestor
Além do aporte financeiro, foi anunciada a ampliação do Comitê Gestor do Fundo, que autoriza o financiamento de projetos e recomenda estudos com base em diretrizes e prioridades.
O grupo passará de 12 para 28 integrantes, incluindo representantes da sociedade civil, agricultores familiares, populações indígenas e quilombolas, bem como representantes dos estados e do governo federal. A medida visa a participação mais inclusiva e diversificada na tomada de decisões relacionadas ao financiamento de projetos sustentáveis.
“O Brasil pode ser o grande protagonista do mundo atraindo investimentos para poder gerar emprego”, afirmou o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.