Gestão pode reduzir mudanças climáticas e impactar menos na agricultura

Avaliar os impactos positivos e negativos das mudanças climáticas será fundamental para garantir a sustentabilidade do setor em todos os pilares do ESG

O agronegócio enfrenta desafios significativos relacionados às mudanças climáticas e à necessidade de promover o desenvolvimento sustentável. Com o crescimento populacional, urbanização intensa e aumento da longevidade, espera-se um aumento substancial na demanda global por energia, água e alimentos até 2030.

Para atender a essa demanda, o setor agrícola precisará se reinventar e adotar uma gestão de riscos alinhada às boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).

Prejuízos causados por eventos climáticos

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revelou que entre 2013 e 2022, eventos climáticos causaram prejuízos significativos ao setor agropecuário no Brasil.

As secas foram responsáveis por 86% dos prejuízos, totalizando R$ 186,2 bilhões, enquanto as chuvas em excesso causaram 14% dos prejuízos, totalizando R$ 30,3 bilhões.

Esses impactos ocorrem em um contexto em que o Brasil se tornou um importante produtor e exportador de alimentos, alimentando aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas.

Além dos riscos comuns a qualquer atividade, a agricultura enfrenta desafios específicos relacionados aos riscos climáticos e bióticos.

Diante dessas adversidades, os gestores agrícolas precisam monitorar constantemente as vulnerabilidades e a adaptação das atividades agrícolas às mudanças climáticas, utilizando estratégias e ferramentas tecnológicas inovadoras.

Avaliar os impactos positivos e negativos das mudanças climáticas será fundamental para garantir a sustentabilidade do setor em todos os pilares do ESG.

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Foto: Pixabay

Tecnologia e boa gestão

A tecnologia desempenha um papel crucial na mitigação dos riscos e no aumento da eficiência operacional do agronegócio.

Soluções digitais e a conectividade permitem a racionalização de recursos, redução de desperdícios e aprimoramento das práticas agrícolas em face das condições climáticas desafiadoras. Além disso, a tecnologia possibilita a documentação das boas práticas do setor agropecuário, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e o cumprimento dos requisitos do ESG.

No entanto, é importante ressaltar que, apesar do avanço considerável no acesso à internet no setor agropecuário entre 2006 e 2017, ainda há uma parcela significativa de produtores rurais no Brasil com acesso limitado à internet.

Regiões como o Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste apresentam baixas taxas de acesso à internet no campo. A ampliação da conectividade é essencial para garantir que os agricultores tenham acesso às tecnologias e soluções digitais necessárias para enfrentar os desafios e promover o desenvolvimento sustentável.

Desafios

O agronegócio enfrenta desafios complexos relacionados às mudanças climáticas, demanda crescente por alimentos e a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável.

A gestão de riscos desempenha um papel fundamental nesse contexto, permitindo que os gestores agrícolas identifiquem vulnerabilidades, adotem estratégias de mitigação e implementem soluções inovadoras.

A tecnologia e a conectividade são aliadas essenciais nesse processo, fornecendo soluções digitais que ajudam a reduzir desperdícios, melhorar a eficiência operacional e documentar boas práticas.

No entanto, é necessário aumentar a conectividade no campo, garantindo que todos os agricultores tenham acesso às ferramentas e conhecimentos necessários para enfrentar os desafios climáticos e adotar práticas sustentáveis.

O agronegócio desempenha um papel fundamental na segurança alimentar global, e é essencial que o setor se reinvente e se adapte às mudanças climáticas, cumprindo requisitos legais e normas ambientais cada vez mais rigorosas.

A gestão de riscos aliada às boas práticas ESG não apenas garante a saúde dos negócios agrícolas, mas também contribui para a preservação ambiental e social, promovendo um futuro sustentável para o setor.