Governo lança programa de R$ 300 bi para impulsionar indústria até 2033
Plano terá foco em agroindústria, sustentabilidade e bioeconomia
O governo federal lançou nesta segunda-feira (22) o programa Nova Indústria Brasil, que prevê investimentos de R$ 300 bilhões até 2033 para impulsionar a indústria nacional. O plano tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro.
Entre os setores que receberão atenção, estão a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa.
Destaque para agroindústria, sustentabilidade e bioeconomia
O programa dá destaque à agroindústria, com metas como aumentar para 50% a participação no PIB agropecuário e alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar. Também prevê a compra de pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar.
Outro destaque é a sustentabilidade, com metas como reduzir em 30% a emissão de gás carbônico por valor adicionado do PIB da indústria e elevar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes.
A bioeconomia também é uma área prioritária, com metas como aumentar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade em 1% ao ano.
Instrumentos para financiamento e apoio
O programa prevê uma série de instrumentos para financiamento e apoio ao setor, incluindo empréstimos, subvenções, investimento público, créditos tributários, comércio exterior, transferência de tecnologia, propriedade intelectual, infraestrutura da qualidade, participação acionária, regulação, encomendas tecnológicas, compras governamentais e requisitos de conteúdo local.
A maioria dos recursos, R$ 271 bilhões, virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
O mecanismo de compras governamentais provoca certa polêmica, por representar um entrave nas negociações para a adoção do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Os empresários europeus defendem condições de igualdade com as empresas brasileiras nas licitações para a compra de bens, a realização de obras e a contratação de serviços pelo governo brasileiro.
Expectativas
O governo espera que o programa contribua para o crescimento econômico, a geração de empregos e a competitividade da indústria brasileira.
“O Brasil tem um enorme potencial industrial, mas ainda precisamos melhorar nossa produtividade e competitividade”, disse o presidente Lula durante o lançamento do programa. “A iniciativa é um passo importante para que possamos alcançar esse objetivo.”
Por Agência Brasil