Mercado para crédito de carbono deve ser ampliado pelo agro, aponta debate promovido pelo Planeta Campo
Live debateu os desafios e oportunidades no setor.
O Planeta Campo promoveu ontem (07) uma live para debater os desafios e oportunidades no mercado de carbono. Participaram José Ângelo Mazzillo, secretário adjunto de política agrícola do Ministério da Agricultura, Aurélio Pavinato, CEO da SLC e Carolina Perestrelo, superintendente executiva de corporate agro do Santander. O debate foi intermediado pelo editor-chefe do programa, Pablo Valler.
Segundo José Ângelo Mazzillo, secretário adjunto de política agrícola do Ministério da Agricultura, a verdade baseada em ciência sobre o trabalho sustentável feito pelo agronegócio está prevalecendo. Ele destacou que é inegociável a lisura dos mercados verdes. “O Mapa trabalha com muito afinco e otimismo. Respondo pelas finanças sustentáveis do agro e encaramos a questão como uma agenda iminente, irreversível e desejável. Podemos intensificar o uso de terra de uma forma que nenhum outro país pode fazer, podendo ter de duas a três safras. Isso significa dizer que, para produzimos a mesma quantidade de alimentos, precisamos de menos área convertida. Por si só isso já é muito sustentável, especialmente diante do desafio mundial de se conseguir segurança alimentar, de acordo com o crescimento populacional e as carências e déficits já verificados. Onde vamos produzir alimentos? Na agricultura temperada ou tropical? Claro que na tropical”, afirmou Mazzillo.
Ele destacou ainda que as finanças do agro estão abertas e o setor tem que operar. “Modenizamos a Cédula de Produto Rural (CPR), um título que representa uma promessa de entrega futura de um produto agropecuário, funcionando como um facilitador na produção e comercialização rural, expandimos este ponto também para as agroindústrias e passamos a admitir uma gama muito grande de produtos, também ambientais. Inclusive, os serviços ambientais terão que ser georeferenciados, com drone, GPS e Satélite, com a atuação de agrofintechs para um tipo específico de monitoramento”, disse.
Ele afirmou que o governo está promovendo a inovação das finanças do agronegócio para desenvolver e estimular o mercado de crédito de carbono. “Hoje o setor privado tem a quem recorrer. A regra é: opere. Não espere o estado mandar. Estamos abrindo os caminhos. Temos tecnologia, a CPR tem um campo certo para identificar se o selo é mais convencional ou se está financiando serviços ambientais e o monitoramento está a passos largos por startups e já está tudo na ‘prateleira’ para ser usado pelo investidor”, sinalizou Mazzillo.
Aurélio Pavinato, CEO da SLC, destacou durante o encontro virtual que o produtor rural brasileiro, até então de uma forma geral, não tinha o foco na questão de crédito de carbono. “Hoje ele percebe que pode ampliar a sua produção e ainda trabalhar a questão do crédito de carbono. Produzir mais e melhor, com mais rentabilidade”. Ele ainda apontou que o agro brasileiro tem um papel importante porque o país desenvolve um sistema produtivo que consegue atender a demanda da sociedade por alimentos. “Não podemos falar sobre crédito de carbono sem falar sobre a produção de alimentos em nível mundial. Existe escassez de alimentos em alguns países, o Brasil é um exportador e terá um papel cada vez mais importante nos próximos anos”, disse.
Para Carolina Perestrelo, superintendente executiva de corporate agro do Santander, o setor do agronegócio debate muito os créditos de carbono e emissão de gases de efeito estufa com foco em seus impactos no clima. “Mas temos muitas frentes para trabalhar, para o nosso agro atuar e assumir seu protagonismo”. Ela ainda destacou que “não dá para falar de mercado de crédito de carbono no Brasil sem falar de nosso agro”.
Você pode acompanhar abaixo o link completo com a Live “Desafios e oportunidades no mercado de carbono”, promovida pelo Planeta Campo: