Na COP15, países fazem acordo histórico para proteger a natureza

Texto adotado nesta segunda-feira, em Montreal, inclui metas e ações para deter a perda da biodiversidade; agências da ONU esperam que acordo seja levado adiante.

Na COP15, países fazem acordo histórico para proteger a natureza

Um acordo histórico para proteger a biodiversidade foi anunciado no encerramento da Conferência sobre Biodiversidade, COP15, em Montreal, no Canadá, na manhã desta segunda-feira. Os países participantes concordaram em preservar um terço da natureza do planeta até 2030. Além de metas para a proteção de ecossistemas vitais, como florestas tropicais e pântanos, e os direitos dos povos indígenas.

Acordo Histórico Para Proteger A Biodiversidade Foi Anunciado No Encerramento Da Conferência Sobre Biodiversidade, Cop15, Em Montreal
CBD
Acordo histórico para proteger a biodiversidade foi anunciado no encerramento da Conferência sobre Biodiversidade, COP15, em Montreal

Sobre o acordo

O texto adotado do Quadro de Biodiversidade Global de Kunming-Montreal inclui várias metas importantes que enquadram as ações a serem tomadas agora para deter a perda desenfreada de biodiversidade, como será o financiamento e como o progresso será monitorado e relatado.

Vale reforçar que o  ponto principal do plano acordado pelos países é o objetivo de proteger 30% do planeta até 2030. Além disso, prevê desbloquear US$ 30 bilhões de ajuda anual para a conservação nos países em desenvolvimento. O Marco Global da Biodiversidade, também chamado de GBF em inglês, contém 23 metas que podem representar uma transformação na relação do homem com o meio ambiente – se forem cumpridas, claro.

Principais pontos:

  • Manter, melhorar e restaurar ecossistemas, incluindo deter a extinção de espécies e manter a diversidade genética.
  • “Uso sustentável” da biodiversidade, essencialmente garantindo que espécies e habitats possam continuar fornecendo os serviços para a humanidade, como alimentos e água potável.
  • Garantir que os benefícios dos recursos da natureza, como remédios que vêm de plantas, sejam compartilhados de forma justa e igualitária e que os direitos dos povos indígenas sejam protegidos.
  • Investir e colocar recursos na biodiversidade: garantir que o dinheiro e os esforços de conservação cheguem aonde são necessários.

A biodiversidade está relacionada a todos os seres vivos e à maneira como estão conectados em uma complexa teia de vida que sustenta o planeta. Cientistas alertaram que, com a perda de florestas em taxas sem precedentes e os oceanos sob pressão da poluição, os humanos estão empurrando a Terra para além dos limites seguros. Isso inclui o aumento do risco de doenças, como SARs CoV-2, Ebola e HIV, que se espalham de animais selvagens para populações humanas.

Segundo o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, a comunidade global se uniu e concordou com um caminho ambicioso. Mas, agora, é preciso levar adiante essa visão.Através da iniciativa “Pnud Nature Pledge”,  ou a Promessa da Natureza do Pnud, a agência, juntamente com o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, e outros parceiros, está comprometida com as mudanças que podem transformar o rumo da crise da natureza. Agora, mais de 140 países serão apoiados.

O Secretário-Geral António Guterres (Centro) Realiza Coletiva De Imprensa Ao Lado De Inger Andersen, Diretora Executiva Do Programa Das Nações Unidas Para O Meio Ambiente (Pnuma) Na Conferência De Biodiversidade Cop15 Em Montreal, Canadá.
ONU/Evan Schneider
O secretário-geral António Guterres (centro) realiza coletiva de imprensa ao lado de Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) na Conferência de Biodiversidade COP15 em Montreal, Canadá.

Aposta no futuro

Para o Pnud, o acordo é “um momento histórico de reconhecimento dessa verdade e um momento que, se respondido com as ações previstas, pode definir um rumo para um futuro próspero em um planeta saudável, que não deixa ninguém para trás”.

O líder da agência da ONU, Achim Steiner, acredita que parcerias nacionais, alcance global e suporte técnico são fundamentais para mobilizar a ação decisiva para enfrentar as crises planetárias.

Já a diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen, também elogiou a adoção do documento. Para ela, isso representa apenas um primeiro passo para redefinir o relacionamento das pessoas com o mundo natural.

Andersen destacou que “as ações que realizamos pela natureza são ações para reduzir a pobreza, para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável melhorar a saúde humana.”

Fonte: ONU