ONU faz apelo para evitar crise de segurança alimentar na Ucrânia
Um dos objetivos é arrecadar US$ 183,5 milhões para doação de alimentos e insumos agrícolas
A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou uma iniciativa em apoio à Ucrânia para fornecer assistência alimentar e de subsistência agrícola, bem como dinheiro para necessidades urgentes, a cerca de 2,8 milhões de pessoas, em uma tentativa de evitar uma crise de segurança alimentar no país, junto com uma série de outras medidas humanitárias.
Entre estes, 1,3 milhão de pessoas receberão transferências em dinheiro para atender necessidades urgentes, incluindo alimentos.
Mais 1,5 milhão de pessoas serão alcançadas por parceiros do Cluster de Segurança Alimentar e Meios de Subsistência – co-liderado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) – com doações de alimentos e insumos agrícolas. Para isso, os parceiros do Cluster pedem US$ 183,5 milhões.
“Em 2021, uma em cada quatro pessoas no leste da Ucrânia já estava em situação de insegurança alimentar como resultado de vários desafios e da pandemia da COVID-19, com 1,1 milhão de pessoas necessitando de assistência alimentar e agrícola”, disse o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, expressando sua preocupação com o impacto potencial da atual emergência no acesso aos alimentos e a possível expansão da insegurança alimentar entre as comunidades afetadas.
FAO está de prontidão
Falando no lançamento do Apelo Humanitário da ONU e do Plano Regional de Resposta a Refugiados para a Ucrânia, o diretor-geral reafirmou a intenção da FAO de aumentar o apoio no fornecimento de dinheiro para famílias vulneráveis e apoio agrícola de emergência, juntamente com parceiros.
O apelo foi apresentado por Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e coordenador de Ajuda de Emergência, e Filippo Grandi, alto-comissário das Nações Unidas para Refugiados. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez o discurso de abertura.
A FAO está presente em toda a Ucrânia com experiência na prestação de assistência baseada em transferência de renda às comunidades rurais do país.
Qu Dongyu enfatizou que aumentar o acesso aos alimentos e reforçar a segurança alimentar deve ser uma prioridade e exige atenção coletiva.
De acordo com o apelo, a drástica deterioração da situação de segurança na Ucrânia pode aumentar exponencialmente o número de famílias com insegurança alimentar, já que famílias de agricultores e proprietários de pequenas operações agrícolas fogem das áreas afetadas pelo conflito. Os agricultores podem perder a temporada de plantio do mês de maio, observa o apelo.
As atividades prioritárias destinadas a evitar a crise de segurança alimentar sob o apelo incluem: realizar uma avaliação rápida da segurança alimentar para melhorar as estimativas de necessidades; mobilizar a assistência à segurança alimentar; fornecer refeições quentes em centros coletivos; distribuir kits de alimentos de emergência; e entregar insumos agrícolas, incluindo sementes para hortas, ferramentas, bem como cuidados veterinários para animais de fazenda, para que os agricultores possam continuar a produzir e sustentar a nutrição familiar e da comunidade local.
Ramificações globais
Qu também alertou sobre possíveis implicações da crise para a segurança alimentar fora da região da Ucrânia, incluindo países que dependem em graus variados do trigo proveniente dessa região.
As interrupções nos mercados internacionais de alimentos, resultantes do conflito, podem pressionar os países dependentes de importações, especialmente aqueles que já enfrentam altos níveis de insegurança alimentar ou enfrentam suas próprias crises alimentares.
Fonte: ONU