Países europeus prometem alcançar US$ 100 bilhões para financiar clima

Durante a 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) Lula criticou os países europeus por não cumprirem a promessa, de destinar os US$ 100 bilhões anuais para os países em desenvolvimento

A 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE) foi encerrada nesta terça-feira (18) em Bruxelas, na Bélgica, sede do bloco europeu. O encontro contou com a presença de 60 líderes dos dois continentes, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após um intervalo desde 2015, a cúpula aconteceu num contexto de aproximação entre europeus e latino-americanos.

Declaração

A declaração final da cúpula, divulgada pelos países participantes, possui mais de 40 pontos que abrangem diversos temas de interesse comum. Um desses pontos refere-se à disponibilização de recursos pelos países mais ricos para financiar projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Esse tema tem sido objeto de reivindicações de governos de nações em desenvolvimento e mais pobres.

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Reconhecemos o impacto que as mudanças climáticas têm em todos os países, afetando particularmente os países em desenvolvimento e mais vulneráveis, incluindo os pequenos Estados insulares no Caribe, as regiões ultraperiféricas da União Europeia, os países e territórios ultramarinos associados à União Europeia e países em desenvolvimento sem litoral. Ressaltamos a importância de cumprir o compromisso dos países desenvolvidos para mobilizar prontamente US$ 100 bilhões por ano para o financiamento climático e para apoiar os países em desenvolvimento, dobrando o financiamento para adaptação até 2025”, menciona um trecho da declaração.

Em sua fala de abertura na cúpula, Lula criticou os países ricos, principalmente os europeus, por não cumprirem a promessa, feita em 2009, de destinar os US$ 100 bilhões anuais para os países em desenvolvimento, visando compensar a crise do aquecimento global e a necessidade de reduzir as emissões de carbono, para atingir a meta de aumento de até 1,5 grau Celsius (°C) na temperatura do planeta até o final do século – o objetivo mais ambicioso da comunidade internacional.

A declaração também expressa “profunda preocupação com o conflito contínuo na Ucrânia” e pede esforços para alcançar uma paz justa e sustentável na região. Além disso, aborda a grave situação humanitária no Haiti, com promessas de esforços internacionais para auxiliar o país a superar a complexa crise que enfrenta há décadas.

Em relação à Venezuela, o texto defende um diálogo construtivo entre as partes nas negociações lideradas pelo país na Cidade do México. Esse mesmo assunto foi discutido em uma reunião paralela envolvendo os presidentes da França, do Brasil, da Argentina e Colômbia, bem como um representante da União Europeia, com representantes do governo e da oposição venezuelana.

O documento também reitera diversos compromissos em áreas como comércio justo, saúde, segurança pública, combate à pobreza e às desigualdades. A próxima cúpula Celac-União-Europeia deverá acontecer em 2025, desta vez em algum país latino-americano ou caribenho.

Lula

No último dia de sua viagem à Bélgica, o presidente Lula realizou encontros bilaterais com chefes de governo da Alemanha, Suécia, Dinamarca e Áustria. Além disso, participou de um café da manhã com líderes progressistas e democratas latino-americanos e europeus.

Lula retorna ao Brasil na manhã de quarta-feira (18), após conceder uma coletiva de imprensa ainda em Bruxelas.

Por Agência Brasil com edição de Guilherme Nannini