Projeto celebra soltura da loba Jurema à vida livre no Cerrado Baiano
Com esse resultado, a iniciativa já contabiliza a soltura de três lobos-guarás, espécie ameaçada de extinção no Brasil
A loba Jurema voltou à vida livre no Cerrado baiano. Símbolo da segunda edição do Projeto de Reabilitação e Soltura do Lobo-Guará, realizado pelo Parque Vida Cerrado em parceria com a Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro e Agro Santa Carmem, a soltura da lobinha ocorreu um dia após o evento que detalhou o processo de adaptação do animal no recinto de reabilitação, antes de ser devolvida ao seu habitat. O encontro foi realizado no complexo de produção da Oilema, em Barreiras (BA).
Com isso, o Projeto já contabiliza a soltura de três lobos-guarás, uma espécie ameaçada de extinção no Brasil. “O projeto de reintrodução do lobo-guará em vida livre é um verdadeiro exemplo de preservação da biodiversidade. A agricultura brasileira contribui diariamente para essa preservação de forma espontânea, cuidando das áreas de preservação permanente (APPs) e das reservas legais.
É nesse ambiente que a vida na fauna e na flora prospera, e é para esse ecossistema que a lobinha Jurema foi reintroduzida, para a grande alegria de quem acompanha de perto esse projeto e para o bem da nossa região. Na Oilema, dedicamos aos agricultores que produzem e, ao mesmo tempo preservam, os créditos dessa vitória”, explica Celito Missio, CEO da Sementes Oilema, que ainda desejou que a loba-guará logo se reproduza para garantir mais animais da espécie no Oeste baiano.
Participaram do evento, a equipe do Parque, que acompanhou a loba Jurema, Daniel Gatto, representando a empresa Irmãos Gatto Agro, Carminha Missio, do Agro Santa Carmem, além de representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICMBio/CENAP, do INEMA, da Galvani Fertilizantes, além de colaboradores da Oilema.
“Fizemos a apresentação dos resultados do projeto, confirmando a capacidade da loba para ser solta, dados de saúde, avaliação comportamental, e quais serão os passos pós-soltura. Jurema foi escolhida para participar da segunda edição do projeto, por apresentar um comportamento mais arisco”, afirma Gabrielle Bes da Rosa, bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado. Este ano, ela passou por uma avaliação clínica, física e biométrica. A loba-guará manteve o peso e apresentou resultados satisfatórios, na avaliação da equipe do Parque.
Jurema foi transferida para o Recinto de Reabilitação, localizado dentro da área de Reserva Legal da Fazenda Irmãos Gatto Agro, em 2023. Durante a permanência dela no local, foi monitorada 24 horas por dia, por meio de câmaras traps. Nesse período, a equipe acompanhou sua evolução comportamental, com atenção especial para o aprimoramento das técnicas de captura.
“Mesmo com a soltura, ela continuará sendo monitorada pela equipe do Parque”, explica a bióloga. O recinto de adaptação servirá de referência para alimentação e abrigo para Jurema, até que os pesquisadores percebam a total independência e sucesso adaptativo da soltura, através de monitoramento com colares de GPS e transmissores de satélites.
Os pioneiros
A primeira edição do projeto de reabilitação e soltura do lobo-guará ocorreu com os animais “Baru” e “Caliandra” e foi considerado um sucesso. Em julho de 2021, eles foram transferidos para o recinto de reabilitação na fazenda dos Irmãos Gatto Agro, iniciando a fase de pré-soltura. Em maio de 2022, foram soltos em Barreiras (BA) e continuaram sendo monitorados mesmo em vida livre. Baru foi fatalmente atacado por uma serpente após quase seis meses, enquanto Caliandra, mais adaptada, teve três filhotes com José Bonifácio em 2023, tornando-se a primeira loba-guará reintroduzida a se reproduzir em vida livre. Em 2024, completou dois anos de total interação em seu habitat.
O Projeto
Iniciado em 2020, o Projeto é referência na adoção de práticas sustentáveis e de extrema importância para o manejo e conservação dos lobos-guarás, ameaçados de extinção. O projeto visa acolher filhotes órfãos de lobos-guarás e desenvolver um protocolo de reabilitação e soltura. Os animais passam por treinamento de caça e defesa em um recinto que simula seu habitat, conhecido como soltura branda, antes de serem re-inseridos à vida selvagem. O objetivo é dar continuidade ao desenvolvimento do protocolo para reabilitação e posterior soltura dos animais em seu habitat, além de reduzir o número de animais que são destinados a manutenção em instituições mantenedoras de fauna ou zoológicos.
O projeto tem apoio da Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro, Agro Santa Carmem e Galvani Fertilizantes desde o início, além da parceria do Instituto Pró-Carnívoros, com transferência em expertise, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICMBio/CENAP, UNB e Inema.
Com Informações da Assessoria