Retrospectiva: Saiba tudo o que aconteceu na Conferência do Clima
O Fundo das Nações Unidas para a Infância divulgou um estudo apontando que 40 milhões de crianças brasileiras estão expostos a mais de um risco climático ou ambiental.
A Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP27, chegou ao fim de sua primeira semana no Egito com debates sobre a descarbonização. Foram compartilhadas soluções para reduzir as emissões das indústrias mais poluentes do mundo e feitos apelos por justiça climática e financiamento para países em desenvolvimento.
Segundo representantes da ONU, para cumprir as metas do acordo de Paris e evitar os piores impactos da crise climática, o mundo deve abandonar os combustíveis fósseis o mais rápido possível.
Um novo relatório das Nações Unidas destacou a importância de ações rápidas e em larga escala para reduzir as emissões de gases de efeito estufa dos países com elevado consumo de energia, que respondem por cerca de 25% do total de emissões de CO2 globais, sendo 66% só no setor industrial.
Também foi apresentado pela presidência da COP27, o chamado plano principal para acelerar a descarbonização de cinco setores: energia, transporte rodoviário, siderurgia, hidrogênio e agricultura.
Outra ação importante foi a realizada pelos governos que representam mais da metade do PIB global, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido. Eles estabeleceram um plano de ação de 12 meses com 25 ações colaborativas a serem realizadas até a COP 28 para ajudar a tornar as tecnologias limpas mais baratas e acessíveis em todos os lugares. O plano faz parte da chamada agenda inovadora, iniciativa que surgiu durante a COP 26.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participou da Conferência e discursou sobre os avanços ambientais de seu governo, afirmando que o país vai cumprir as metas de redução das emissões até 2030.
Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo e o maior produtor de petróleo e gás do planeta, a principal atividade humana que emite CO2 e, portanto, grande causadora do aquecimento global.
A FAO, Organização das Nações Unidas para agricultura e alimentação, também participou ativamente da conferência nos últimos dias e lançou um relatório que prevê alta de 10% nos gastos mundiais com a importação de alimentos para 2022.
Sobre as notícias que envolvem diretamente o Brasil, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, divulgou um estudo apontando que 40 milhões de meninas e meninos brasileiros estão expostos a mais de um risco climático ou ambiental. O número é equivalente a 60% dos jovens no país.
O cerrado brasileiro também foi assunto na conferência. Isso porque o bioma que predomina no centro-oeste e que se espalha também pelas regiões norte, nordeste e sudeste faz parte do projeto ‘vertentes’. A iniciativa pretende combater a desertificação, promover o manejo sustentável das cadeias da soja e da pecuária de corte, recuperar áreas degradadas, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e proteger a biodiversidade no cerrado.
Ao todo, o projeto vertentes irá investir R$ 130 milhões no bioma e alcançará mais de 47 milhões de hectares do cerrado, que engloba os estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Para os próximos dias, é esperada a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na Conferência. Ele deve fazer um pronunciamento oficial na próxima quarta-feira e, no mesmo dia, Lula também deve participar do evento Carta da Amazônia, junto aos governadores do Amapá, Acre, Mato Grosso, Pará, Tocantins e Rondônia.