Senado aprova PL que antecipa em 5 anos as metas de redução de gases
O Senado aprovou na última quinta-feira (20), um projeto de lei (PL) que antecipa para 2025 a meta de redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa. No documento original, divulgado em 2015, na Conferência do Clima daquele ano, a ideia inicial era a redução até 2030. A autora do projeto, senadora Kátia […]
O Senado aprovou na última quinta-feira (20), um projeto de lei (PL) que antecipa para 2025 a meta de redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa. No documento original, divulgado em 2015, na Conferência do Clima daquele ano, a ideia inicial era a redução até 2030.
A autora do projeto, senadora Kátia Abreu (PP-TO), espera que a tramitação ocorra antes da cúpula do clima, a COP-26, que será realizada em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro.
Um dos objetivos do projeto é sinalizar à União Europeia o compromisso do Brasil com as metas climáticas e com a preservação do meio ambiente. Abreu sinalizou preocupação de que os europeus estejam resistentes em ratificar o acordo comercial com o Mercosul dado o desempenho limitado do Brasil no campo ambiental, com destaque para o aumento no desmatamento ilegal na Amazônia. O próximo passo do PL é seguir para análise da Câmara dos Deputados.
Metas ambiciosas
Para o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, quando um país estabelece metas, é um compromisso assumido individualmente. Isso pode ser revisado com o objetivo de ser mais ambiciosa e não menos. “ Nesse sentido, o Brasil tem grande potencial de cumprir essa meta,mas isso traz um desafio porque temos que acelerar esse processo”, disse.
Ainda segundo Morandi, apesar das metas serem globais, alguns setores serão mais pressionados para cumpri-las. “Três setores são os que mais emitem: agropecuária, mudança de uso da terra e setor energético. Certamente serão mais pressionados nesse sentido”, explicou.
Objetos já estabelecidos
O especialista ressaltou que o Brasil já tem objetivos estabelecidos a serem cumpridos, como a implantação efetiva do código florestal, da recuperação ambiental e, especialmente, o combate ao desmatamento ambiental. “Na parte da agricultura, a continuação de investimento nas práticas ambientais que já temos, como o plano ABC+, lançado esta semana. Temos tecnologias que aumentam a produtividade agrícola e que reduzem as emissões do setor agropecuário”, comentou.
Marcelo comentou que o Brasil chegará na COP-26 em um momento delicado, mas acredita que é necessário mostrar o grande potencial que o país possui em vários quesitos. “Na agropecuária, biocombustíveis, preservação ambiental, uso de florestas, com pagamento ambiental e créditos de carbono. Temos todos os elementos. Só precisamos fazer isso virar na prática”, finalizou.