Rogério Melo, da UPL, diz que Brasil tem potencial para liderar mercado de carbono com agricultura sustentável
Para o Gerente de Programas de Agricultura Sustentável da UPL, o Brasil tem um grande potencial para participar do mercado de carbono devido aos serviços ecossistêmicos oferecidos pelos produtores do país
Nesta quarta-feira (21), durante o programa Planeta Campo Entrevista, o Gerente de Programas de Agricultura Sustentável da UPL, Rogério Melo, destacou o protagonismo do Brasil como potência agroambiental. Melo, que é diretor de sustentabilidade da empresa, falou sobre o mercado de carbono, a valorização dos serviços ecossistêmicos e as iniciativas da companhia para promover a agricultura sustentável.
Mercado de carbono
Para Melo, o Brasil tem um grande potencial para participar do mercado de carbono devido aos serviços ecossistêmicos oferecidos pelos produtores brasileiros. No entanto, ele também destacou que a agricultura e pecuária enfrentam dificuldades técnicas para implementação em programas regulados de carbono, devido à extensão das atividades.
“Alguns países incluíram a agricultura e pecuária em seus mercados regulados de carbono, mas ainda não implementaram totalmente essas medidas”, disse Melo.
“A inclusão do Agro no mercado voluntário pode ser uma alternativa viável para aproveitar as oportunidades de venda de créditos.”
Ele continua, “o Brasil tem uma matriz produtiva muito diversificada e uma grande área de florestas nativas, o que nos confere um grande potencial para gerar créditos de carbono. No entanto, ainda enfrentamos alguns desafios técnicos para implementar essas práticas de forma eficaz.”
Iniciativas da UPL
A UPL, empresa representada por Melo, tem uma série de iniciativas para promover a agricultura sustentável. Uma delas é o Projeto Café Sustentável, que visa mensurar boas práticas na cafeicultura brasileira em parceria com a Embrapa. O objetivo é desenvolver métricas para tornar a cafeicultura mais sustentável e reduzir sua pegada de carbono.
Outra iniciativa é o programa Soja Baixo Carbono, que é a maior coalizão de inovação para descarbonização da cadeia de soja no Brasil. O objetivo é mensurar a pegada de carbono na cultura da soja e promover práticas mais sustentáveis.
Além disso, a UPL também promove o programa Food Value Chain, que certifica mais de 500 produtores rurais no Brasil. Esses programas de certificação visam aumentar o desempenho socioambiental dos produtores e permitir acesso a mercados mais exigentes.
A empresa também tem um projeto ambicioso chamado Gigaton Carbon, cujo objetivo é sequestrar 1 gigatonelada de carbono da atmosfera até 2040. O programa busca tornar os cultivos cada vez mais eficientes para reduzir as emissões de carbono. Os produtores rurais são incentivados a adotar boas práticas sustentáveis e certificadas.
“O programa Gigaton Carbon visa a redução de milhões de toneladas de carbono, com foco especial em regiões como Mato Grosso e Goiás”, disse Melo. “Estamos concentrando esforços em apoiar os produtores, investindo em pesquisa e promovendo boas práticas para alcançar nossos objetivos.”
Trajetória profissional
Rogério Melo é advogado de formação, mas trabalhou no agronegócio durante toda a sua vida. Há cerca de 10 anos, migrou da área jurídica para estratégia e desenvolvimento de novos negócios. Ele trabalhou no desenvolvimento de um programa de carbono na Amazônia antes de ingressar na UPL.
“Estou bastante orgulhoso por poder contribuir para iniciativas que promovem a sustentabilidade. Tenho uma trajetória sólida no setor agrícola e, nos últimos 10 anos, participei ativamente de programas de carbono, incluindo a região amazônica”, disse Melo.