CNA monitora possível taxa da União Europeia aos produtos brasileiros

O objetivo da CNA é estudar o conceito, como deverá funcionar e de que forma o agro pode ser impactado no futuro pela medida

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está monitorando o “Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (Carbon Border Adjustment Mechanism – CBAM, em inglês)” publicado pela União Europeia, que busca mensurar a pegada de carbono no processo produtivo dos bens importados e exigir o pagamento de uma taxa de fronteira como condição para entrar na União Europeia.

O objetivo da CNA é estudar o conceito, como deverá funcionar e de que forma o agro pode ser impactado no futuro pela medida. 

Na avaliação da entidade, é fundamental entender como funcionará a medida, tendo, como potenciais alvos, o comércio de produtos agrícolas.

A ideia é contribuir para, no futuro, evitar barreiras comerciais aos produtos agropecuários brasileiros e subsidiar o governo com embasamento técnico sobre o novo mecanismo europeu.

No momento, o CBAM ainda não afeta os produtos advindos do agronegócio.  Contudo, se a União Europeia decidir ampliar e incluir os produtos agrícolas que não estão nesse primeiro momento de um modo que ela possa considerar, por exemplo, as emissões indiretas, isso pode ser uma problemática.

“A abertura de uma nova área, a emissão da pecuária do metano, a emissão da industrialização, do transporte. Tudo isso pode levar com que uma taxa seja aplicada ao produto brasileiro”, explica Matheus Andrade, assessor de relações internacionais da CNA.

O assessor da CNA comenta a relevância do setor acompanhar de perto as discussões em torno do tema.  “É importante que o governo e o setor privado estejam atentos para discutir com a União Europeia. Temos que mostrar de forma muito concreta e técnica o que Brasil faz para capturar carbono em toda sua atividade agropecuária. E assim, evitar a cobrança dessa taxa sob os produtos brasileiros”, ressalta.