Agricultura regenerativa é caminho para cafeicultura ainda mais sustentável
o Brasil produz 35% do café global e avança cada dia mais em práticas sustentáveis
Completando 90 anos de existência, a Illycaffè é parceira comercial do Brasil desde sua fundação e realiza compra direta dos grãos brasileiros desde 1991. Marcado pela qualidade e corpulência, o café Brasileiro já passou por diversas fases e agora, está em um período marcado pelas práticas sustentáveis.
A Illy seguiu pelo mesmo caminho: a empresa está em busca de melhorar as práticas agronômicas e inovar para se adaptar às mudanças climáticas e minimizar os impactos ambientais. Para isso, criou a The Regenerative Society Foundation, que desenvolve um modelo chamado de agricultura Virtuosa, que é regenerativo para o Meio Ambiente e promove bem-estar para as pessoas.
Andrea Illy, presidente da empresa, se reuniu na última quarta-feira (01/3) com CEOs de grandes empresas no Brasil para falar sobre estratégias e arrecadação de fundos para a instituição. De acordo com o executivo, o objetivo é fomentar a agricultura regenerativa e sustentabilidade na cadeia produtiva do café.
A Fundação é, ainda, um caminho para a empresa alcançar o objetivo de ser Carbono neutro até 2033. “O que está mudando em algumas áreas de produção é a transição para a agricultura regenerativa que consuma menos insumos químicos e mais fontes naturais e biológicas. A depender da fazenda, é possível fazer a rotação e consórcio de culturas e sistemas integrados como Lavoura-Pecuária-Floresta. Assim, é possível armazenar mais carbono no solo, aumenta a biodiversidade e criar fertilidade”, exemplifica Andrea.
Os resultados da prática incentivada pela Illy encontra respaldo em produtividade. “Os grandes agricultores que estão experimentando a agricultura regenerativa encontram resultados muito positivos”, conta o executivo.
Mercado Internacional
A Europa optou por uma estratégia de regulação para alcançar a transição para uma economia ecológica, conhecida como Green Deal ou Pacto Verde Europeu. A estratégia existe desde 2019 e atua transversalmente em toda a economia do bloco, impactando setores como logística, indústria, investimentos e agricultura.
Em diversas culturas, foi e está sendo requerido adaptações de produções brasileiras para atender as regras de importação . Isso aconteceu, especialmente, pela Lei anti-desmatamento, que proíbe a entrada no mercado europeu de commodities produzidas em áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020.
Para Andrea Illy, porém, o café não deve ser afetado. “Pelo café, não deve ser um problema, pois as áreas abertas para a cultura no Brasil foram abertas há muito anos. Então, acredito que isso não vai afetar o país na questão imposta pelo Green Deal”.
Contudo, Andrea reconhece que há incongruências e complexidades no Pacto Verde que devem ser revistas pela Organização Internacional do Café (OIC).
O café representa cerca de 16% do valor das exportações do agro brasileira para a União Europeia.