Brasil quer certificação de hidrogênio verde que contemple diversidade energética
A proposta do governo brasileiro para a certificação do hidrogênio será baseada no atributo da intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE)
O Brasil quer estabelecer um sistema de certificação do hidrogênio verde que contemple toda a diversidade energética do país, segundo afirmou o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral.
A declaração foi feita durante o Seminário de Hidrogênio Verde no Brasil, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo.
“O Brasil tem que abraçar essas potencialidades e fazer delas uma fortaleza”, disse Barral. “Grande parte desse movimento já tem sido feito por meio do Sistema de Certificação, que está sendo proposto dentro do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2).”
O secretário ainda ressaltou que o hidrogênio se incorpora como uma das peças para uma estratégia muito mais ampla.
“Não estamos falando aqui do hidrogênio como algo que irá resolver todos os problemas, mas um instrumento para alcançar setores de difícil descarbonização e com isso trazer valor agregado e alcançar oportunidades onde o Brasil pode ser competitivo”, completou.
A proposta do governo brasileiro para a certificação do hidrogênio será baseada no atributo da intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, a adesão será voluntária e os selos de enquadramento poderão ser criados, conforme critérios definidos em regulamento.
Brasil deve assinar declaração de Certificação na COP 28
Na primeira semana de dezembro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deve assinar durante a COP 28 uma declaração internacional sobre reconhecimento mútuo nos sistemas de certificação dos diferentes países.
“A declaração foi construída conjuntamente com as outras nações e estamos defendendo os interesses do nosso país. É um passo muito importante”, informou Thiago Barral, durante o evento em São Paulo.
O evento também discutiu como o Brasil é visto como um potencial líder na produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, com capacidade de produção de energia limpa e avançada indústria de biocombustíveis, capaz de capitalizar oportunidades neste mercado. O debate contou com a participação de representantes do poder Legislativo, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).