Planeta Campo Talks: o futuro do agronegócio brasileiro no palco mundial
Roda de palestras realizada em São Paulo contou com participação de representantes dos setores público e privado; todos consideram que Brasil tem papel de protagonismo na reunião do G20 e na COP-30
Em cerca de três horas de debates e muita informação, diversos representantes dos setores público e privado contaram, no Planeta Campo Talks, quais são as expectativas para a liderança do Brasil na realização da reunião do G20 (grupo dos 20 países que representam as principais economias do mundo) e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) nos próximos dois anos.
O evento, que aconteceu em São Paulo, contou com as participações do governador do Pará, Helder Barbalho, Estado que será anfitrião da COP-30; Priscila Borin Claro, professora associada e coordenadora de Responsabilidade Social e Expansão do Insper; Pedro Alves Corrêa Neto, secretário-adjunto de Inovação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); Nelson Ananias, coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Sula Alves, diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA); e Ricardo Mastroti, diretor executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
Protagonismo do Brasil é evidente
Todos os palestrantes concordam que o Brasil tem um papel maior do que apenas o realizador dos eventos mais importantes para a sustentabilidade e meio ambiente nos próximos anos.
Ao apontar que o Brasil é o sexto maior emissor de carbono, a professora explica que grande parte das emissões tem a ver com as escolhas energéticas — como a indústria, transporte, energia para uso doméstico e comercial. Nos Estados Unidos e China, apenas 18% tem relação com o uso do solo, enquanto o Brasil tem mais de 74%. Apesar de significativamente mais alto, Priscila considera isso como uma vantagem, e afirma que o agronegócio brasileiro é uma grande porta para isso.
O governador do Pará considera que a realização da COP-30 em Belém vai servir como grande palco para que o país mostre todas as ações tomadas para preservação da Amazônia, sem deixar de lado o desenvolvimento econômico e social do agronegócio.
Parcerias fundamentais, e um toque de criatividade
O secretário-adjunto de Inovação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) afirmou que o papel do governo é criar um ambiente favorável para que a produção e a preservação ambiental andem juntos, alcançando um “ganha-ganha”, tanto do ponto de vista econômico e social, quanto o ambiental.
Enquanto essas parcerias acontecem, o coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) considera que o agronegócio já está no futuro, e que os outros países produtores de alimentos procuram como compromissos ambiental para próximos 20 ou 30 anos é feito há pelo menos 12 no nosso país.
“O brasileiro é criativo, e criatividade também é uma característica da sustentabilidade“, disse a diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ao elencar as principais vantagens da produção de alimentos no Brasil em relação a outros países. Ela considera que o Brasil tem aptidão por natureza para ser sustentável.
Finalmente, o setor empresarial vê com bons olhos o momento do agro brasileiro, como contou o diretor executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Tanto que o setor tem que continuar como “o motor que sustenta a alimentação mundial”.