Nestlé aposta no biometano para reduzir emissões e transformar a matriz energética no Brasil

Iniciativa pioneira da Nestlé Brasil utiliza biometano em fábricas para substituir gás natural, reduzindo emissões de CO2 e reforçando o compromisso com a sustentabilidade

A Nestlé Brasil está acelerando sua transição para uma matriz energética mais sustentável ao incorporar o biometano em suas operações industriais. O objetivo é reduzir em 30% as emissões de CO2 até 2026, começando pelas fábricas de Araçatuba (SP) e, no próximo ano, estendendo a iniciativa para Caçapava (SP) e o Triângulo Mineiro. Essa mudança é parte de um plano estratégico da empresa para atingir a neutralidade de carbono em suas unidades fabris nos próximos anos.

O biometano, produzido a partir do reaproveitamento de resíduos orgânicos, oferece o mesmo poder calorífico que o gás natural, facilitando a substituição sem necessidade de grandes ajustes nos equipamentos. Segundo Donir Costa, diretor de engenharia da Nestlé Brasil, essa escolha reflete o compromisso da empresa com soluções energéticas inovadoras. “Iniciamos essa trajetória no final da década de 1980 e, desde então, buscamos liderar a transição para fontes renováveis no setor alimentício”, destacou Costa.

Nestle Aposta Alto Primeira Fabrica Com Biometano E Planos Ambiciosos Para Gas Renovavel Em Todo O Brasil.jpg | Planeta Campo(Imagem: Reprodução)

Fábricas estratégicas e desafios logísticos

As unidades de Araçatuba e Caçapava foram escolhidas por dois fatores principais: o alto consumo de gás natural e a proximidade com fornecedores de biometano, como usinas de açúcar e álcool, além de aterros sanitários. “Essas localizações oferecem a infraestrutura necessária para essa transição, além de fortalecerem parcerias locais,” explicou o diretor.

Apesar dos avanços, Costa ressaltou os desafios logísticos e de custos associados à implementação do biometano em larga escala. “Hoje, o transporte é realizado por caminhões, mas nossa meta é, no futuro, utilizar gasodutos para viabilizar o fornecimento a todas as fábricas,” disse. Ele também apontou que o custo do biometano ainda é superior ao do gás natural, mas que a tendência é uma equalização no médio prazo.

Próximos passos e metas de longo prazo

O plano da Nestlé para expandir o uso do biometano inclui a implementação em outras fábricas e o objetivo ambicioso de alcançar emissões zero em sua operação. “Até 2026, queremos que 30% da energia utilizada em nossas fábricas venha do biometano, e estamos comprometidos em ampliar essa porcentagem ao longo dos anos,” afirmou Costa.

Essa iniciativa reafirma o papel da Nestlé como líder na integração de soluções sustentáveis em larga escala, inspirando outras indústrias a seguirem pelo mesmo caminho.