Navegação na hidrovia Tietê-Paraná é retomada

Operação vai impulsionar o agronegócio, pois é um dos principais meios de escoamento de grãos dos estados do Centro-Oeste para São Paulo

Navegação na hidrovia Tietê-Paraná é retomada

A Hidrovia Tietê-Paraná foi retomada nesta terça-feira, dia 15, de acordo com o Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo. A retomada da operação vai impulsionar o agronegócio, pois é um dos principais meios de escoamento de grãos dos estados do Centro-Oeste para São Paulo, e de deslocamento de insumos do agro paulista.

Em setembro no ano passado, houve uma paralização nos embarques por causa da falta de chuvas na região. O trecho da hidrovia mais afetado no rio Tietê foi o de Pedral de Nova Avanhandava, em Buritama. O impacto na logística representou aumento dos custos aos produtores, que tiveram de acessar outros modais, pressionando o gasto com frete. De acordo com a Confederação Nacional de Transporte (CNT), uma carga transportada por rio tem um frete 60% menor do que por caminhões, e 30% inferior do que o feito por trens, razão pela qual é o modal utilizado principalmente nas cargas de grande volume, como grãos e minério.

O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros estimou perdas de aproximadamente R$ 3 bilhões quando as operações de transporte de cargas foram interrompidas por causa da estiagem em 2021. As projeções no ano passado eram de aumento de 10% a 15%, porém a pior escassez hídrica dos últimos 91 anos pulverizou as expectativas de crescimento. Em 2020, foram transportados no trecho paulista 2,1 milhões de toneladas de produtos como milho, soja, cana de açúcar e adubo. No ano anterior, antes da pandemia, a movimentação foi de 2,5 milhões de toneladas.

“A reabertura da hidrovia é fundamental para o agro de São Paulo, e nos dá perspectivas ainda melhores para este ano. Em 2021, o valor de produção agropecuária aumentou 26% no nosso Estado, o que é um índice muito representativo. A nossa estimativa é que a reabertura da hidrovia fortaleça ainda mais o setor e possibilite mais produtividade”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Itamar Borges. Em São Paulo, os principais produtos transportados pela hidrovia são milho, cana de açúcar, soja e areia, respectivamente.

O retorno acontecerá de forma gradual, com calado inicial de 2,4 metros, que será ampliado gradativamente até atingir 2,7 metros no fim do mês.

A Hidrovia Paraná-Tietê tem extensão de 2,4 mil quilômetros, dos quais 800 quilômetros no rio Tietê, abrange uma região de 76 milhões de hectares, conectando áreas de produção aos portos.

 

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo