
O terceiro Fórum Planeta Campo, realizado em São Paulo, reúne lideranças do setor agropecuário para discutir os desafios e oportunidades para o setor no futuro.
O evento, que tem como tema “O Agronegócio do Futuro”, aborda temas como a participação do Brasil na COP28, as certificações para comprovar as práticas sustentáveis da agropecuária brasileira, as propostas para implantar o mercado regulado de carbono no país, o papel estratégico das biosoluções na produção agrícola e os desafios de comunicar a sustentabilidade no agronegócio.
Uma das novidades desse ano, foi a introdução de uma nova inteligência artificial chamada “Vida” que deu início ao Fórum Planeta Campo, mostrando que o futuro não só do agro, mas também de toda a sociedade, está na tecnologia.
Abertura
Logo após, dando continuidade ao evento, Julio Cargnino, presidente do Canal Rural destacou a importância do Fórum Planeta Campo para o setor.
“É o terceiro ano desse Fórum, reunindo produtores, entidades, academia para discutir o futuro da agropecuária. O evento é feito com o intuito de, primeiro levar informação ao produtor rural e também transmitir ao público geral o que há de positivo no agronegócio”.
Cargnino ainda cita como o Canal Rural, através do projeto Planeta Campo vem mostrando como o agro sustentável já é uma grande realidade e não mais uma promessa.
“Visitamos muitas fazendas e notamos que a tecnologia vem chegando cada vez mais no campo para trabalhar com sustentabilidade e mais importante, rentabilidade. Isso é essencial se quisermos que o agro continue crescendo e sendo reconhecido como pilar para a segurança alimentar mundial.
Apesar da importância do agro, o setor vem sofrendo com ataques constantes. O caso mais recente aconteceu durante o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), onde três questões da prova haviam dados considerados tendenciosos pela bancada ruralista, o que pode acabar descredibilizando o setor como um todo.
“De acordo com uma pesquisa feita pelo de olho no material escolar 3.7% dos conteúdos do agro tinham base científica entre 80% dos materiais fornecidos pelo governo federal. tudo isso baseado meramente em opinião, não há dados científicos que provem isso.”, finalizou o presidente do Canal Rural.
De maneira remota, Aurélio Pavinato, diretor presidente da SLC Agrícola enviou uma mensagem elencando três pontos principais que o agronegócio precisa discutir com urgência para que possa evoluir.
“O primeiro ponto que gostaria de elencar é o uso de agricultura digital, maximizando a eficiência e a produtividade. Em segundo lugar, o uso dos biológicos, que vem cada vez mais, junto aos defensivos agrícolas que diminuem as pragas e também os custos. Por fim, o aquecimento global, que é cada dia mais crescente e visível. Essas mudanças climáticas podem ser combatidas através da agricultura sustentável, com a valorização do produtor, aumento de rentabilidade em harmonia com o meio ambiente.”
Setor empresarial
Continuando a abertura Rogério Castro, CEO da UPL destacou a importância de eventos como o Fórum Planeta Campo 2023 para o futuro do agronegócio.
“O Fórum evoluiu consideravelmente em apenas três anos. Agora, temos uma riqueza de debates ainda maior abrangendo pautas como segurança alimentar, mercado de carbono e descarbonização da agricultura. Até mesmo a participação da inteligência artificial tem sido notável. Isso é crucial, porque permite a comunicação eficaz com produtores e o público em geral.”
Quanto as ações da empresa em relação a sustentabilidade, Castro destacou como a UPL vem sendo pioneira em projetos de agricultura de baixo carbono.
“A UPL apresenta iniciativas altamente relevantes para o agronegócio sustentável. Somos uma das sete empresas selecionadas pela Embrapa para o projeto de soja de baixo carbono. Atualmente, já alcançamos a produção de café com carbono negativo. Até 2027, visamos ter 50% de defensivos agrícolas convencionais e 50% de biodefensivos em nossa produção. Será lançado também o plano de recuperação de pastagens também junto ao Ministério da Agricultura. Todos esses projetos prometem aumentar significativamente o potencial produtivo, proporcionando maior segurança alimentar aliada à sustentabilidade.”
Seguindo com a abertura, Marcela Rocha diretora-executiva da JBS falou sobre o grande potencial que o Brasil possui em relação ao agronegócio sustentável.
“É crucial destacar as conquistas do Brasil, especialmente agora, próximo à COP. Aproveitar as oportunidades e compartilhar experiências positivas do país é fundamental. Com o mundo prestes a crescer em mais de 2 bilhões de pessoas, enfrentamos limitações no espaço para produção, não há lugar para desmatamento e ainda sim temos que crescer a produção. O Brasil se destaca como pioneiro na união entre sustentabilidade e produção, portanto, é nosso dever compartilhar nossas tecnologias e mostrar ao mundo nosso compromisso nesse cenário e mudar essa visão tão preconceituosa que há sobre nosso país e principalmente sobre o agro.”
Encerrando as ações da iniciativa privada, Marcelo Zanatta CEO da Âmbar Energia ressaltou primeiramente a importância do programa Planeta Campo, projeto do Canal Rural sobre sustentabilidade no agronegócio que vai ao ar diariamente.